terça-feira, outubro 01, 2019

Sobre Rússia e Livros

Motivada pela perspectiva da viagem a Rússia que comecei organizar desde o final de 2018, resolvi ler alguns livros sobre o assunto. Na minha "lista de espera de leitura" já tinham o primeiro e o sexto da lista abaixo. Então comecei com Catarina, e um livro foi puxando o seguinte. Posso dizer que o ano de 2019 foi para mim de grandes leituras. Agora, já em outubro e pós viagem, encerrei Russia, já estou com outras leituras. Mas como posso terminar o Ano Russo sem ler um livro de Dostoiévsky?... A pensar...

1.    Catarina, a Grande: retrato de uma mulher (*****)
        Autor: Robert K. Massie

Biografia escrita como um romance histórico. Fácil de ler. O autor usou as mais diversas fontes, como  cartas, leis e mesmo escritos da própria Catarina.
Muito interessante a vida da czarina, que nasceu alemã e se chamava Sofia. Foi levada para a Rússia pela imperatriz Elisabete para casar com seu sobrinho Pedro III, herdeiro do trono. Ela teve que se converter a Igreja Ortodoxa e mudar de nome. Catarina reinou por 34 anos, após a morte de Pedro, e criou a maior coleção de artes da Rússia.

2.    OS ROMANOV 1613-1918 (****)
       Autor: Simon Sebag Montefiore

Fiquei tão empolgada com a biografia de Catarina que resolvi ler a história de todos os czares russos.

Do site OBSERVADOR, sobre o livro:
“A história dos Romanov começa em 1613, com Mikhail Romanov a ser coroado czar russo e termina em 1918 com a morte de Nicolau Romanov e toda a sua família, numa cave nos montes Urais. A história da família que governou a Rússia em quatro séculos diferentes surge agora revisitada pelo historiador Simon Sebag Montefiore no livro The Romanovs: 1613-1918.
Ao longo da sua história de mais de 300 anos no poder, a família Romanov deu 20 czares à Rússia, sendo que os últimos seis foram assassinados. Dois estrangulados, dois abatidos, um apunhalado e um devido a uma bomba. Durante as dinastias Romanov, o território da Rússia cresceu a um ritmo de 52.000 quilômetros quadrados por ano, embora tenha sido a custo de milhares de vidas humanas.
O autor revela que a história dos Romanov está escrita a sangue, com pais que torturavam e matavam os filhos, filhos que envenenavam os progenitores, czarinas a assassinarem os maridos e toda uma série de práticas horripilantes que parecem saídas de um livro de ficção.
É um livrão de mais ou menos 900 páginas, não empolgante quanto a biografia de Catarina, mas muito interessante para entender a história do poder na Rússia.

3.   Uma história cultural da Rússia (*****)
       Autor: Orlando Figes

Da sinopse da editora:

“Em “Guerra e paz”, de Tolstoi, há uma cena em que a condessa Natasha Rostova vai com seu irmão Nikolai à cabana de um “tio”, depois de uma caçada, prova de petiscos russos e dança graciosamente “Lá vem uma donzela pela rua”, uma cantiga pastoril romântica que ela, criada em salões nobres, nunca ouvira antes. Segundo o autor russo, a facilidade com que a moça se apropriou da música e da dança camponesa mostra que ali, naquela melodia e letra, estavam o “espírito e os movimentos russos inimitáveis” presentes em todos os homens e mulheres do país. É nessa cena que o historiador inglês Orlando Figes se inspira para escrever “Uma história cultural da Rússia
Segundo Figes, nos últimos duzentos anos, na ausência de parlamento e imprensa livre, coube às artes do país refletir sobre política, filosofia e religião. Nesse livro monumental, ele apresenta aos leitores os bordados folclóricos, as canções camponesas, os ícones religiosos e todos os costumes do cotidiano, desde a comida e a bebida até os hábitos de banho, passando pelas crenças sobre o mundo espiritual.
Começando no século XIX com a construção de São Petersburgo – “uma janela ao oeste” – e culminando com os desafios impostos à identidade russa pelo regime soviético, Orlando Figes escreveu um livro que é considerado uma obra-prima sobre a Rússia.”

Eu amei este livro. Vale muito a pena para quem quer conhecer um pouco mais da Rússia.

4.   Guerra e Paz (*****)
       Autor: Liev Tolstói

Fiquei encantada com  Guerra e Paz. Esse livro nunca esteve na minha lista de desejos, de repente cortou a fila e passou na frente de todos.

O livro  Uma História Cultural da Rússia tem o nome original Natasha’s Dance a Cultural History of Russia,  e começa com uma cena de Guerra e Paz, sobre a dança de Natasha, personagem do livro.  Além de que o autor cita Tolstoi e Guerra e Paz inúmeras vezes. Despertou minha curiosidade. É um livro de mais de 1000 páginas e em nenhum momento me pareceu maçante, apesar de grande parte tratar das guerras napoleônicas, com muitos detalhes, mas de uma forma agradável de ler. Ele faz algumas analogias perfeitas, cenas de guerra com uma colmeia de abelhas quando a rainha morre ou com um formigueiro. Em uma dessas, compara os soldados de Napoleão saqueando Moscou a um macaco quando mete a mão num jarro de nozes e não consegue tirar a mão se não soltá-las.
Enfim, um super clássico da literatura mundial, romance histórico que vale a pena ser lido por quem se interessa pelo assunto.
Em tempo: muito mais fácil ler Tolstoi que Dostoiévski.


5.   Doutor Jivago (****)
       Autor: Boris Pasternak

Continuando “meu ano russo”  li Doutor Jivago, também citado em Uma História Cultural da Rússia.  Para os mais antigos um lindo filme  dos anos 1960 com uma trilha sonora maravilhosa.  Embora lembrasse pouco do filme os personagens na minha imaginação não puderam ser outros, senão os atores do filme: Omar Shariff (Jivago), Lara (Julie Christie) e Tônia (Geraldine Chaplin).

Sinopse da Editora:
Publicado originalmente em 1957 fora da União Soviética, após ser banido pela censura do Partido Comunista, Doutor Jivago, que só seria lido por seus conterrâneos em 1987 — 27 anos após a morte de seu autor —, continua sendo o maior e mais importante romance da Rússia pós-revolucionária.
Nele, Boris Pasternak traz à luz o drama e a imensidão da Revolução Russa pela história do médico e poeta Iúri Andréievitch Jivago em seu constante esforço de se colocar em consonância com a Revolução. Por seus olhos hesitantes o leitor testemunha a eclosão e as consequências deste que foi um dos eventos mais decisivos do século XX. Em tempos em que a simples aspiração a uma vida normal é desprovida de qualquer esperança, o amor de Jivago por Lara e sua crença no indivíduo ganham contornos de um ato de resistência.
Seguindo a grande tradição do romance épico russo, Pasternak evoca um período historicamente crucial e nele retraça um panorama completo da sociedade da época.

6.      Sussurros - A Vida Privada na Rússia de Stalin (****)
Autor: Orlando Figes

Pesado tanto no tamanho do livro como no conteúdo. Não é um livro que se recomenda a alguém, não é divertimento, é sobre a angústia vivida por um povo. Fico com a impressão que quem nasceu no início do século XX na Rússia foi “nascer no lugar errado, na hora errada”.

“Vasta pesquisa que reconstrói às experiências de quem sobreviveu à opressão stalinista” (Antony Beevor)
“Um livro dilacerante” (The Times)
“Fascinante e surpreendente” (The Observer)
  
7.   Um cavalheiro em Moscou (****)
 Autor: Amor Towles

Este livro é ficção e o autor é americano. Estava na minha lista de espera há tempo. E somente pelo nome, incluí na leitura do ano. Gostei demais. Muito divertido.  Livro para relaxar.

Sinopse da Editora:
Nobre acusado de escrever uma poesia contra os ideais da Revolução Russa, Aleksandr Ilitch Rostov, “O Conde”, é condenado à prisão domiciliar no sótão do hotel Metropol, lugar associado ao luxo e sofisticação da antiga aristocracia de Moscou. Mesmo após as transformações políticas que alteraram para sempre a Rússia no início do século XX, o hotel conseguiu se manter como o destino predileto de estrelas de cinema, aristocratas, militares, diplomatas, bons-vivants e jornalistas, além de ser um importante palco de disputas que marcariam a história mundial.

Mudanças, contudo, não paravam de entrar pelo saguão do hotel, criando um desequilíbrio cada vez maior entre os velhos costumes e o mundo exterior. Graças à personalidade cativante e otimista do Conde, aliada à gentileza típica de suas origens, ele soube lidar com a sua nova condição. Diante do risco crescente de se tornar um monumento ao passado até ser definitivamente esquecido, o Conde passa a integrar a equipe do hotel e a aprofundar laços com aqueles que vivem ao seu redor.

Com sua perspectiva única de prisioneiro de duas realidades distintas, o Conde apresenta ao leitor sua sabedoria e sensibilidade ao abandonar certos hábitos e se abrir para as incertezas de novos tempos que, mesmo com a capacidade de transformar a vida como a conhecemos, nunca conseguirão acabar com a nobreza de um verdadeiro cavalheiro.


 8.  São Petersburgo de Corpo e Alma 
       Autora: Catarina Stroganova

Este um pequeno livro com dicas turística, bem interessante.

2 comentários:

eleusa disse...

Uffa! Cansei só de saber a quantidade de páginas e o povo guerreando.
Menos..... kkkkk

Igor Matos disse...

“Uma história Cultural da Rússia” me empolgou, está na minha lista.

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