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sábado, agosto 15, 2015

Ser ou não ser gênio

Um dia destes, Carlinhos (Marava) estava no trabalho (Prefeitura) e apareceu alguém que procurava por Irlan.  Era Marival, professor de física, que tinha ido resolver algo e lembrou-se de Irlan. Ele contou a Carlinhos que de milhares de estudantes que ele teve, nunca se esqueceu de Irlan, pois este teria sido o melhor de todos. Relembrou que quando em aula havia exercícios para serem resolvidos, na maioria das vezes enquanto os outros alunos estavam quebrando a cabeça, escrevendo, tentando resolver,  Irlan permanecia quieto. Ele então perguntava: Não vai fazer Irlan?... Passados uns momentos, Irlan respondia:  a resposta é 487... e estava certo.
Anos depois ele casualmente se encontrou com Irlan algumas vezes.  Na primeira vez este ainda estudava Engenharia, da segunda falou que estava estudando Belas Artes, na vez seguinte disse que estudava Física, e finalmente ele disse a Marival que estudava Economia. Nós temos conhecimento que ele estudou Engenharia (não concluiu) e posteriormente Economia. Entre um e outro, ele fez vestibular (incompleto, perdeu uma prova) para Sociologia.  Quanto a Belas Artes e Física, foram novidades para mim. Comentei com Carlinhos que poderia ter sido delírio, embora os problemas mentais dele só tenham surgido quando ele já estava se formando em Economia.

Na minha infância e juventude, a inteligência era muito valorizada, muito mais que a aparência como atualmente. Na nossa família tinham os considerados gênios e outros nem tanto. Hoje percebo que rotular as pessoas mesmo como gênios não é bom. O muito inteligente ou é  maluco ou muito cobrado, o menos inteligente, complexado.  (Como diria Mocó: você queria ser normal???) Dentro deste país que vivemos em que  não há grandes oportunidades, não vemos destaque em ciências e tecnologias, em que as pessoas que viram celebridades são jogadores de futebol, cantores populares ou políticos, para que tanta inteligência?. Para o simples mortal que precisa estudar, se formar e/ou trabalhar para viver, basta ser normal. Melhor que ser um talento desperdiçado ou um eterno frustrado.
Nos anos 70 quando comecei trabalhar na área de informática, analistas e programadores eram normalmente selecionados através de teste de QI, então havia esta fama de inteligência, que inclusive deixava alguns deslumbrados. No final dos anos 90 quando o BBV assumiu o Ex Banco Econômico e os espanhóis chegaram à Processa, eles disseram que “estrelas” só no futebol, eles não queriam nenhum Ronaldinho, preferiam vários Dungas.

Voltando a falar de Irlan, na minha convivência com ele, antes dos problemas de saúde, eu o considerava inteligente como todos nós somos, mas ao longo dos anos, vez em quando temos um depoimento sobre ele que surpreende, de quem conviveu com ele no ambiente de estudos ou de trabalho, como foi este do professor.

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Para quem se interessar, no vídeo abaixo,  Professor Marival no programa do JÔ em 2006:

quinta-feira, julho 23, 2015

Simplesmente Lau


Laurinda foi uma pessoa marcante na nossa família. Animada, divertida, engraçada, extrovertida, era sempre uma alegria. Dos sobrinhos de Nicácia e Cecília, ela foi, sem dúvida,  a mais próxima da gente.
Tinha fama de extravagante, gastadeira e descontrolada. Para nós acostumados com a economia de Noemi e a disciplina de Amelinha, Lau surpreendia com sua fartura e descontração. Ela contava que banana frita era supercontrolada na casa de Amelinha, o que deixava Lula ansioso, querendo mais. Havia o rigor da disciplina e as crenças que determinadas comidas faziam mal. Uma vez ela fez banana frita para Lula comer até enjoar, sem a presença de Amelinha, claro. E com René, a mesma coisa, com pizza...

Quando éramos estudantes e morávamos nos Barris (eu, Iris, Eleusa, Raminho e René),  época  de pouca grana, eventualmente Lau vinha de Iguaí e era só fartura. Chegava trazendo várias coisas do interior, gostava de cozinhar, fazia pizza. Era uma festa.
Lembro-me que saíamos com Lau de táxi, um luxo, e quando o motorista perguntava por qual caminho queríamos ir, ela respondia: pelo mais longe, meu filho, estou aqui passeando...

Sempre foi gordinha e dizia estar de dieta: “Eu só como folhas e não consigo emagrecer”, era o que não cansava de repetir.   Falava para desconfiarmos de mulher ou marido que emagrecesse de repente...
Presente, participativa, tolerante, respeitava as diferenças, tinha amigos gays quando isto ainda não era comum.

Zé Barreto costumava dizer que Lau paquerou ele quando eram solteiros, mas ela não confirmava, dizia que havia paquerado Dodô.  Viajou comigo e Fernando para Conquista quando fomos nos casar e levou várias merendas para comermos pelo caminho. Sinto que ela não apareça em nenhuma foto do meu casamento. Ainda não existia o celular...

Em Vilas do Atlântico, planejamos um almoço (cardápio: Vaca Atolada) que  seria preparada por Edinho e Fernando, na casa de Gersinho. Na última hora mudaram de ideia  quanto ao local e Lau  me disse que se sentia mais a vontade na minha casa. “ Mais do que a casa de seu filho?”. Ela explicou: “Eu adoro minha nora, mas ela não me deixa fazer nada...”. Comigo, ela me colocava para fora da cozinha e assumia tudo... Eu achava ótimo.

Quando a geração de minha mãe  envelheceu, eu comparava a vida deles: Noemi, Carmélia e Arlindo que tanto malharam Lau por não  fazer economia, como se esta fosse falir e viver na miséria. Qual a diferença?.. E quem viveu melhor?... Lau tinha seu apartamento na Pituba, os filhos bem de vida, ajudou criar os netos. Tinha seu carro e quando parou de dirigir só andava de táxi.  
Mais velha ficou  mais religiosa e só reclamava quando numa farra a gente resolvia cantar hinos da igreja. Ela achava um desrespeito.


Simplesmente Lau... inesquecível. 
Lau, entre Arlindo e Amelinha - Dezembro/1999

P.S. Cheguei a conclusão que Lau não gostava de fotografias. Mexi em todo meu acervo e só encontrei esta foto em que ela aparece.

sexta-feira, agosto 15, 2014

Praça Santo Antonio, n º 29

Praça Santo Antonio, n º 29 – Vitória da Conquista
Este era o meu endereço de infância até os 16 anos.

Foto 1
 Na foto 1, a casa original, em que vemos da esquerda para direita: Isabel e René em cima do muro. Iris, não sei quem é a próxima, Eleusa segurando a bicicleta, Marlene(irmã de Gilberto), Noemi e Ivonito. Na bicicleta Irlan. Deduzindo que Irlan tivesse 2 anos, esta foto seria então de 1959.
 
Foto 2
Na foto 2 vemos a casa em reforma. Nota-se que o muro do jardim ainda é o mesmo. Na frente estão Isabel, Célia e Vaneide. A pequena não me lembro quem é.  Imagino que esta foto deve ser de 1964/65.

Foto 3

Foto 4


















Foto 5 


As fotos 3 (Bete, Célia e Isabel) e 4 (Isabel) que são de 1967, observamos parte da casa pós reforma, a mureta do jardim já é outra. Comparando com a foto anterior, mesmo as meninas sentadas, percebe-se que as saias encurtaram... A Foto 5 (Iris e Eliezer), encontrei no álbum de tia Nicácia, depois que fiz este post, mostra bem a casa depois da reforma. A árvore da foto 2 desapareceu...


Foto 6





E agora a foto 6, Alan e Irlan. Ano provável 1967 - que evolução! foto colorida. (atualização em 30/08/14)
Foto 7
Foto 7 – do Google View – a casa atualmente... 57 anos depois....

Na pesquisa no Google não encontrei Praça Santo Antônio, parece que nem o nome permanece. Só encontrei Av São Geraldo e assim localizei a praça...

“ A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim, tudo é igual...”  só na música dos anos 60... Quem lembra?


Já não tem jardim, nem mureta, nem varanda...  substituídos por automóveis (evolução) e grades (???)....


terça-feira, julho 22, 2014

NOSTALGIA – Caminhada Primeiros Passos

Se acessarmos a primeira postagem deste blog,  de Julho de 2006, veremos que trata-se da Caminhada Volta da Bandeira, com detalhes e vários depoimentos. Este foi o motivo inicial da criação do blog.
Como todos sabem a primeira caminhada denominada Primeiros Passos, foi realizada em 1988, cujo percurso de 200km foi da Fazenda Brejão para a Fazenda Itapoã, na qual se levou uma bandeira, daí a Volta da Bandeira,  15 anos depois,  que foi o percurso inverso.
Fazendo uma arrumação na minha estante este final de semana eis que me deparo com vários documentos da primeira caminhada, então resolvi reproduzir alguns neste blog.
1.       
      ATA DE REUNIÃO PARA ESCOLHA DA DIRETORIA DA CAMINHADA PRIMEIROS PASSOS
Reunidos os participantes da Caminhada Primeiros Passos decidiram eleger a seguinte comissão diretora e seus suplentes os quais observarão os cumprimentos do estatuto que regerá esta Caminhada, elegendo neste ato os cargos para Presidente, Tesoureiro e Secretário e Primeiro e Segundo Suplentes.

Eleitos como presidente: Isabel; Tesoureira: Noélia Barreto; Secretário: Marcelo; Primeiro Suplente: Edson e Segundo Suplente: Charlão, por unanimidade, assim proclamados em 24 de março do ano de 1988 da era cristã.

2.       ESTATUTO DA CAMINHADA PRIMEIROS PASSOS
É dever de todo participante contribuir e ajudar para um bom desempenho e realização da caminhada.
É dever de todos manter-se dentro dos padrões normais que regem nossa sociedade.
É direito do presidente: convocar assembleias; excluir participantes que cometam atos agressivos ao estatuto; dirimir as dúvidas que surgirem na interpretação deste estatuto.


3.       PRIMEIRO RELATÓRIO DA CAMINHADA

Dia 24/03: todos os participantes chegaram ao Brejão e foram recepcionados com faixa com os seguintes dizeres: BREJÃO SAÚDA ANDARILHOS. CONFIAMOS NA VITÓRIA” , ao som de badaladas do sino.
Dia 25/03: As 3:30h da manhã, todos já estavam em pé, em plena atividade, com os preparativos.
Depois do café e já vestidos com camisa oficial houve a cerimônia da partida. Isabel, a presidente, fez a leitura da Mensagem “D”, em seguida Noélia entregou a bandeira a Inocêncio, para ser entregue a Elifaz na chegada a Faz. Itapoã.
Entrega da Bandeira

Inocêncio fez a volta olímpica pelo jardim com todos os participantes acompanhando com muito entusiasmo. Enquanto isto, Califa observava com previsões pessimistas, tendo inclusive chamado Inocêncio de “Puta Velha”,  Isabel de “Palhaça” e Charlão de “Bosta”.
As 5:23h aconteceu a grande largada, tendo inclusive a presença surpresa de Noélia Oliveira que resolveu no último momento.
Após alguns minutos de caminhada, os grupos foram se definindo de acordo com a performance de cada um.
Mocó Tatu Tijolão Ob (Ivana), depois de comprar 2 tenis sendo o último, automático, turbinado e eletrônico, largou de sandália, por estar com a unha inflamada devido a um tratamento ineficiente,  inoportuno e não autorizado por Dr. Chalão Sholl.
Chegando ao Geraizinho o grupo tomou a primeira cerveja. Neste instante, passaram Califa, Nica, Dedé, Nenga e Vera com destino a Faz Itapoã.
A partir das 9:20h os grupos começaram a chegar em DIvisópolis, ao bar de Pitinga, ponto de encontro combinado com antecedência, quando além dos caminhantes chegou também a turma do apoio: Luciano Maia e Armando, de Toyota com a bagagem, e o pessoal do Brejão que levava os cavalos. Leo que tinha acompanhado o grupo andando, resolveu continuar a cavalo para ajudar a levar a tropa.
O acampamento foi na Fazenda de Luis Cordeiro (de Conquista). O almoço só saiu às 17h. Por falta d´água alguns ficaram sem banho.
A noite foi aberta a Clínica de Recuperação de Pés de Dr.Charlão Sholl  que tratou todos os calos. Os de pior estado eram Nunça, Noelia e Edson. Já Abimael estava com pernas inchadas, mas recebeu tratamento especial de Neuza com massagem e água quente.  Para os calos, o tratamento foi água quente com sal, calos furados com agulha e massagem com sebo quente.
As 7:30 da noite todos já tinham se recolhido, cansados e bombardeados mas não derrotados.

Isto foi apenas o primeiro dia.

Participaram desta Caminhada:

Isabel, Noélia, Marcelo, Edson, Charlão, Sérgio, Quito, Ivana, Leo, Abimael, Neuza, Noelia Oliveira, Nilson, Luciano Maia, Armando, Valmir e ajudantes.


O Evento do Ano: Casamento de Vanessa e Pier

  Desde o momento da entrada de Vanessa com Luciano me lembrei do casamento de Ivana, como ela estava vestida de noiva, tão bonita quanto a ...