Motivada pela perspectiva da viagem a Rússia que comecei organizar desde o final de 2018, resolvi ler alguns livros sobre o assunto. Na minha "lista de espera de leitura" já tinham o primeiro e o sexto da lista abaixo. Então comecei com Catarina, e um livro foi puxando o seguinte. Posso dizer que o ano de 2019 foi para mim de grandes leituras. Agora, já em outubro e pós viagem, encerrei Russia, já estou com outras leituras. Mas como posso terminar o Ano Russo sem ler um livro de Dostoiévsky?... A pensar...
1. Catarina, a Grande: retrato de uma mulher (*****)
Autor: Robert K.
Massie
Biografia escrita como um
romance histórico. Fácil de ler. O autor usou as mais diversas fontes, como cartas, leis e mesmo escritos da própria
Catarina.
Muito interessante a vida da
czarina, que nasceu alemã e se chamava Sofia. Foi levada para a Rússia pela imperatriz
Elisabete para casar com seu sobrinho Pedro III, herdeiro do trono. Ela teve
que se converter a Igreja Ortodoxa e mudar de nome. Catarina reinou por 34
anos, após a morte de Pedro, e criou a maior coleção de artes da Rússia.
2. OS ROMANOV
1613-1918 (****)
Autor: Simon Sebag Montefiore
Fiquei tão empolgada com a
biografia de Catarina que resolvi ler a história de todos os czares russos.
Do site OBSERVADOR, sobre o livro:
“A história dos Romanov começa em 1613, com Mikhail Romanov a
ser coroado czar russo e termina em 1918 com a morte de Nicolau Romanov e toda
a sua família, numa cave nos montes Urais. A história da família que governou a
Rússia em quatro séculos diferentes surge agora revisitada pelo historiador
Simon Sebag Montefiore no livro The Romanovs: 1613-1918.
Ao longo da sua história de mais de 300 anos no poder, a
família Romanov deu 20 czares à Rússia, sendo que os últimos seis foram
assassinados. Dois
estrangulados, dois abatidos, um apunhalado e um devido a uma bomba. Durante as
dinastias Romanov, o território da Rússia cresceu a um ritmo de 52.000 quilômetros
quadrados por ano, embora tenha sido a custo de milhares de vidas humanas.
O autor revela que a história dos Romanov está escrita a sangue,
com pais que torturavam e matavam os filhos, filhos que envenenavam os
progenitores, czarinas a assassinarem os maridos e toda uma série de práticas
horripilantes que parecem saídas de um livro de ficção.”
É um livrão de mais ou menos
900 páginas, não empolgante quanto a biografia de Catarina, mas muito interessante
para entender a história do poder na Rússia.
3. Uma história cultural da Rússia (*****)
Autor: Orlando Figes
Da sinopse da editora:
“Em “Guerra e paz”, de Tolstoi, há uma cena em que a condessa
Natasha Rostova vai com seu irmão Nikolai à cabana de um “tio”, depois de uma
caçada, prova de petiscos russos e dança graciosamente “Lá vem uma donzela pela
rua”, uma cantiga pastoril romântica que ela, criada em salões nobres, nunca
ouvira antes. Segundo o autor russo, a facilidade com que a moça se apropriou
da música e da dança camponesa mostra que ali, naquela melodia e letra, estavam
o “espírito e os movimentos russos inimitáveis” presentes em todos os homens e
mulheres do país. É nessa cena que o historiador inglês Orlando Figes se
inspira para escrever “Uma história cultural da Rússia
Segundo Figes, nos últimos duzentos anos, na ausência de
parlamento e imprensa livre, coube às artes do país refletir sobre política,
filosofia e religião. Nesse livro monumental, ele apresenta aos leitores os
bordados folclóricos, as canções camponesas, os ícones religiosos e todos os
costumes do cotidiano, desde a comida e a bebida até os hábitos de banho,
passando pelas crenças sobre o mundo espiritual.
Começando no século XIX com a construção de São Petersburgo –
“uma janela ao oeste” – e culminando com os desafios impostos à identidade
russa pelo regime soviético, Orlando Figes escreveu um livro que é considerado
uma obra-prima sobre a Rússia.”
Eu amei
este livro. Vale muito a pena para quem quer conhecer um pouco mais da Rússia.
4. Guerra e Paz
(*****)
Autor: Liev Tolstói
Fiquei encantada com Guerra e Paz. Esse livro nunca esteve na minha
lista de desejos, de repente cortou a fila e passou na frente de todos.
O livro Uma História Cultural da Rússia tem o nome
original Natasha’s Dance a Cultural
History of Russia, e começa com uma
cena de Guerra e Paz, sobre a dança de Natasha, personagem do livro. Além de que o autor cita Tolstoi e Guerra e
Paz inúmeras vezes. Despertou minha curiosidade. É um livro de mais de 1000
páginas e em nenhum momento me pareceu maçante, apesar de grande parte tratar
das guerras napoleônicas, com muitos detalhes, mas de uma forma agradável de
ler. Ele faz algumas analogias perfeitas, cenas de guerra com uma colmeia de
abelhas quando a rainha morre ou com um formigueiro. Em uma dessas, compara os
soldados de Napoleão saqueando Moscou a um macaco quando mete a mão num jarro
de nozes e não consegue tirar a mão se não soltá-las.
Enfim, um super clássico da literatura mundial, romance
histórico que vale a pena ser lido por quem se interessa pelo assunto.
Em tempo: muito mais fácil
ler Tolstoi que Dostoiévski.
5. Doutor
Jivago (****)
Autor: Boris Pasternak
Continuando “meu ano russo” li Doutor Jivago, também citado em Uma
História Cultural da Rússia. Para os
mais antigos um lindo filme dos anos
1960 com uma trilha sonora maravilhosa. Embora
lembrasse pouco do filme os personagens na minha imaginação não puderam ser
outros, senão os atores do filme: Omar Shariff (Jivago), Lara (Julie Christie)
e Tônia (Geraldine Chaplin).
Sinopse da Editora:
Publicado originalmente em 1957 fora da União
Soviética, após ser banido pela censura do Partido Comunista, Doutor Jivago,
que só seria lido por seus conterrâneos em 1987 — 27 anos após a morte de seu
autor —, continua sendo o maior e mais importante romance da Rússia
pós-revolucionária.
Nele, Boris Pasternak traz à luz o drama e a imensidão da
Revolução Russa pela história do médico e poeta Iúri Andréievitch Jivago em seu
constante esforço de se colocar em consonância com a Revolução. Por seus olhos
hesitantes o leitor testemunha a eclosão e as consequências deste que foi um
dos eventos mais decisivos do século XX. Em tempos em que a simples aspiração a
uma vida normal é desprovida de qualquer esperança, o amor de Jivago por Lara e
sua crença no indivíduo ganham contornos de um ato de resistência.
Seguindo a grande tradição do romance épico russo, Pasternak
evoca um período historicamente crucial e nele retraça um panorama completo da
sociedade da época.
6. Sussurros -
A Vida Privada na Rússia de Stalin (****)
Autor:
Orlando Figes
Pesado tanto no tamanho do livro como no
conteúdo. Não é um livro que se recomenda a alguém, não é divertimento, é sobre
a angústia vivida por um povo. Fico com a impressão que quem nasceu no início
do século XX na Rússia foi “nascer no lugar errado, na hora errada”.
“Vasta pesquisa que
reconstrói às experiências de quem sobreviveu à opressão stalinista” (Antony Beevor)
“Um livro
dilacerante” (The Times)
“Fascinante e surpreendente” (The Observer)
7. Um cavalheiro em Moscou (****)
Autor: Amor Towles
Este livro é ficção e o autor
é americano. Estava na minha lista de espera há tempo. E somente pelo nome,
incluí na leitura do ano. Gostei demais. Muito divertido. Livro para relaxar.
Sinopse da Editora:
Nobre acusado de escrever uma
poesia contra os ideais da Revolução Russa, Aleksandr Ilitch Rostov, “O Conde”,
é condenado à prisão domiciliar no sótão do hotel Metropol, lugar associado ao
luxo e sofisticação da antiga aristocracia de Moscou. Mesmo após as
transformações políticas que alteraram para sempre a Rússia no início do século
XX, o hotel conseguiu se manter como o destino predileto de estrelas de cinema,
aristocratas, militares, diplomatas, bons-vivants e jornalistas, além de ser um
importante palco de disputas que marcariam a história mundial.
Mudanças, contudo, não paravam de entrar pelo saguão do
hotel, criando um desequilíbrio cada vez maior entre os velhos costumes e o
mundo exterior. Graças à personalidade cativante e otimista do Conde, aliada à
gentileza típica de suas origens, ele soube lidar com a sua nova condição.
Diante do risco crescente de se tornar um monumento ao passado até ser
definitivamente esquecido, o Conde passa a integrar a equipe do hotel e a
aprofundar laços com aqueles que vivem ao seu redor.
Com sua perspectiva única de prisioneiro de duas realidades
distintas, o Conde apresenta ao leitor sua sabedoria e sensibilidade ao
abandonar certos hábitos e se abrir para as incertezas de novos tempos que,
mesmo com a capacidade de transformar a vida como a conhecemos, nunca conseguirão
acabar com a nobreza de um verdadeiro cavalheiro.
8. São Petersburgo de Corpo e Alma
Autora: Catarina Stroganova
Este um pequeno livro com dicas turística, bem interessante.