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terça-feira, novembro 14, 2023

Almoço de domingo

 Sempre falei que uma casa sem comida não tem alma. Todo domingo tinha um convite de almoço (meu celular quebrou e perdi as mensagens de 2020 e 2021), através de ligação ou WhatsApp, Fernando me ligava praticamente todo domingo para ir comer suas comidinhas. 




Lembro do dia que fui fazer um quibe cru, ele adorava. Ele ficou de fazer o quibe de forno, achei que ele tinha costume de fazer, mas qual foi minha surpresa saber que ele nunca tinha feito. Pegando carona, ele pegou o trigo e a carne moída e fez um quibe de forno perfeito, copio sua receita até hoje, antes disso, os meus quibes de forno ficavam horríveis. 

Mas os almoços de domingo não eram só para comer, eram uma verdadeira reunião de família, reunião para jogar, reunião para fofocar.

Sua casa era sua alma, madeira no chão, no teto, na parede, nas cortinas, no abajur, nos quadros, sua casa é a sua assinatura, como disse Lila, nossas casas também. A maioria dos mobiliários dele que tenho em casa foram doações (espelho, mesa, aparador, entre outros), já tive guarda roupa tbém quando morava no Rosa Amarela. Ele deixou a sua marca. Bete me falou tinha uma pessoa tirando foto das ferragens do telhado da casa dela, que foi projetado por Fernando. Um artista, um arquiteto nato, nem precisou fazer uma faculdade, um autodidata.







Saudades dos nossos almoços de domingo.

segunda-feira, junho 20, 2022

Antiga estrada de trem gerou este papo


Isabel:

Já andei nesse trem. Íamos de Conquista para Jequié de ônibus. Na parada íamos ver minha bisa Maria Rosa, mãe de Cecília e Nicacia, pegávamos o trem para o Onha onde passávamos alguns dias. Depois o trem para São Roque e de lá o Vapor para Salvador…. (Anos 50)



🤔Célia, Lula e Duda são netos de Nicacia e de Cecília, então Maria Rosa era bi-bisa deles.

Noelia 
Fizemos muitas viagens, nasci na fazenda de vó Emília, voltamos muitas vezes pra visitá-la, tios e muitos primos, marcou a nossa infância!

Célia 
Lembro desta viagem quando fomos conhecer a bisavó. Foi a primeira e única viagem de trem de ferro que fiz no Brasil. Fiquei encantada porque eu enjoava demais quando viajava de carro e de trem não senti enjoo. O melhor da história é que, quando chegamos no Onha, para ir para a fazenda, fomos "montados" num boi: Lula, o mais velho, sentado na cangalha e eu e Duda, ao lado, cada um dentro de num panacum. Como esquecer uma aventura desta? Mas, confesso, chorei bastante logo que me colocaram no panacum.

Ivana
Kkkkk lembro-me de ter sido colocada no panacum na viagem para o rio São Francisco

Isabel
Eu fui ao Ronco tambem quando criança, imagino que eu tinha uns 7 ou 8 anos. A lembrança que tenho é que Noemi caiu do cavalo e ficou com uma mancha roxa no bum-bum…

Célia
O animal do transporte era boi ou cavalo? Só vi gente montar em boi em Nazaré das Farinhas. Minha mãe disse que a região tinha muita lama e os cavalos, burros e mulas escorregavam. Os pés do chifrudo eram mais apropriados. Além do trem de ferro, ser transportada num boi também foi inédito.

Ivana
Eu acho que foi um burro! Minha mãe deve saber! 🤔

Isabel
Já andei de panacum também nas fazendas de Tio Arnobio e Tio Isaias. O transportador era burro. Eu era super-medrosa então preferia ir no panacum. Tinha medo de andar na garupa. Numas férias na fazenda de tio Isaias, saíamos a cavalo, isso é, Lula, Virgínia e Íris iam sós nos cavalos. Eu e Célia, com tio Isaias. Célia, menor que eu, ia na garupa, e eu no cabeçote.
Acho que fui a criança mais medrosa da face da terra!…
Por isso mesmo, admirava demais Jojô Viana quando era criança, porque eu via nela, uma criança destemida…

Charles
Família de panacunzeira🤣🤣

Jojô 
Hoje eu sou muito medrosa

Noelia
Foi pena não termos na época como tirar fotos! A nossa viagem pro Barro Preto, fazenda dos avós maternos, Nilson na cangalha, Norma e Zeu num panacum eu e Edinho no outro.

Marcelo 
Quando eu morava aqui em Jaguaquara (1961-64) meu pai me levou pra Salvador de trem e vapor: chegava lá bem tarde.

Norma
Edinho e eu  os gordinhos Noelia e Zeu os magrinhos. Tinha que colocar pesos iguais pra equilibrar os panacuns. Como éramos muitos ...

Lila 
Eu ivana e Robinho já andamos por lá no panacum.

Naninha
Quer achar um Barreto , vai ver lá no panacum!

Lula
Vocês esqueceram do jegue. Fui pra  fazenda em iguai com Carmélia pegar sistosoma no rio de água corrente que não tinha. Ela me colocou num jegue, quando ele empacou ela enfiou uma cana e torceu. O jegue deu um pinote e me jogou na chão!!!

Noelia 
Bela aventura! Os meninos de hoje não teem essa coragem

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César Fonseca (neto de Mariquinha) disse...

Bel... obrigado por esse filme. Quase deu pra ver uma das casas em que morei. Emocionante!
Esta estação de Jequié era meu parque de diversões. Tinha umas "agulhas", um mecanismo manual, de ferro, que me permitia, com muito esforço, desviar o caminho do trem. Além disso eu colocava pedras coladas na linha, na esperança de descarrilhar a composição. Repor a composição na linha era um trabalho de muitos dias, uma festa! Mas a cada chegada do trem, o guarda da estação, um negro muito gordo, cujo nome esqueci agora, vinha balançando as banhas, suando no sol quente, para desfazer as merdas que eu havia feito...
Minha vó contava ter chegado nesta estação no meio de um tiroteio, que teriam deixado a parede crivada de balas. Mas acho  que era mentira para nos divertir.
Minha vó Mariquinha cuidou de sua bisa Maria Rosa. A cada 15 minutos ela reclamava para mudá-la de posição na cama. Eu lembro disso, em uma visita. Mas eu estava encantado com a cadeira de rodas dela, de madeira, pesada... empurrava pra lá e pra cá, fazia uma zoada da zorra! No quintal tinha um pé de goiaba. Vai ver nos batemos por lá. Idos de 1958, por aí.
Quase perdi um calcanhar  debaixo da roda de ferro de um troley. Passei dias na cama com o pé inchado, usando mastruz!
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Hamilton Ipê disse...

LINDAS RECORDAÇÕES, BELA HISTÓRIA!
Também tenho minha história sobre esses trilhos históricos, e resolvi contar.
Era dezembro/1957!
Meus pais, Arnóbio e Carmélia, planejavam ir a São Paulo no janeiro seguinte, passar uns dias com Tia Dora, Tio Moisés e Nete, os outros já tinham se desgarrado. Queriam levar os três, mas, eu, além de não gostar de São Paulo mesmo sem conhecer a cidade, via a oportunidade de, próximo aos 16 anos, trafegar livre e solto.
Depois de muita insistência, minha mãe concordou e combinou que eu ficaria na casa de Tio Saló e Tia Dalva.
Viajei para Salvador de ônibus, durava quase 24 horas em estrada de cascalho. Nas proximidades do km 100 o veículo quebrou, ficamos mais 24 horas esperando socorro.
Chegando em Salvador, fui direto para o Barbalho onde residiam meus tios e filhos. Fui muito bem recebido por todos. Carlito, Célia, Cléria, Cleuse. (Por sinal, alguém sabe por onde andam?).
Chegou o dia de retornar a Conquista, e decidi ir de “vapor” até São Roque do Paraguaçu, e, depois, de trem para Jequié. De lá pegaria um ônibus.
Na hora da saída de casa, Tia Dalva me aprece com um pacote retangular medindo aproximadamente 40x30x20, que pesava no mínimo 15 quilos. Não disse do que se tratava, com a recomendação de entregar a tia Adélia, em Jequié.
Com o pacote no ombro e a mala na mão, fui direto para “a baiana” na enseada do mercado.
Já não suportava o esforço, ainda mais para subir e me acomodar no “Maragogipe”. Fiquei no convés a observar a beleza da Baia de Todos os Santos, e pensava:
“como vou tirar esse pacote do navio e correr, sim, correr para pegar o trem?” (Eh!, era preciso correr para pegar um lugar no trem).
Confesso, que por diversas vezes estive muito próximo de jogar o pacote nas águas azuis turquesa. Desistia ao lembrar dos dias agradáveis e o tratamento recebido.
Chegando a São Roque já estava preparado para descer e correr. Não me esqueço da competição com o pesado pacote no ombro e a mala na mão. Consegui chegar e encontrar lugar no trem. Como era próximo ao horário de almoço, pensei: “vou almoçar, levo a mala e deixo o pacote no banco de madeira do trem. Se alguém quiser levar, pode levar, mas, duvido quando sentir o peso”.
Assim fiz! Sentei numa das muitas barracas existentes nas proximidades da Estação e comi uma refeição que jamais esquecerei: Feijão, arroz, farinha, e muito, mas muito camarão regado a pimenta. Demorei tanto que quando o trem apitou sinal de que daria a partida a qualquer momento, paguei e quase não aguento chegar e subir no trem.
Dormi até Jaguaquara, já início da noite o trem chegou a Jequié. A Estação de Trem (hoje parece ser sede do Corpo de Bombeiros) ficava a uns bons 2 ou três quilômetros do final da caminhada.
E agora, vou ter que passar por tudo novamente. Colocar o pacote no ombro, mala na mão e ir para a casa de Tia Adélia.
Quando cheguei, Tia Adélia não esperava o pacote, foi um presente de “crente”. Quando abriu e vi do que se tratava, me arrependi amargamente de não ter jogado o pacote aos peixes.
Propagandas da Igreja Batista!!!

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sexta-feira, outubro 01, 2021

Sobre René

(Lembranças não confiáveis que me vêm a memória...)

Quando eu  era criança, minha tia Carmélia e sua família moravam na mesma Praça Santo Antônio onde morávamos, em Vitória da Conquista. Sua casa era surpreendente, diferente das outras do local porque era muito colorida, cada aposento tinha mais de uma cor.  Lembro que o quarto dos meninos Raminho e Rene era verde e azul (ou talvez verde e lilás) e tinham flâmulas de times de futebol que decoravam as paredes. René com certeza era torcedor do Fluminense e Raminho,  se não estou enganada, era vascaíno. Lembro que o quarto de Eleusa era rosa, talvez rosa e azul. Dessa época as recordações mais fortes são de tio Arnóbio e seus famigerados cascudos, era sua forma de demonstrar carinho, nada agradável. Saíamos correndo quando o víamos.

René era 9 anos mais velho que eu portanto não me lembro dele criança, mas cresci ouvindo minha mãe e minha avó contando as peripécias de René menino, diziam que ele era genioso, que dava pití quando queria uma coisa, que deu muito trabalho. Não gostava de estudar, o que levou  tia Carmélia a entrar no ginásio para ser sua colega e controlar a situação.

Eu ainda era bem menina quando eles mudaram para Salvador.  O tempo foi passando e o cenário mudou, René resolveu fazer vestibular para medicina, todos riram... Impossível, achavam. Até meu pai, cidadão pacato e tímido, disse que vestiria uma saia se ele passasse. E não é que o cara passou, de primeira vez, na Universidade Federal da Bahia?!!!

Nesse interim tia Carmélia e tio Arnóbio se separaram e os três filhos passaram a morar num apartamento nos Barris. Logo em seguida minha irmã Iris se juntou a eles para tentar a Faculdade, e 1968 eu fui a última a chegar também com o mesmo objetivo.

 Os quatro já eram universitários quando cheguei. René, se foi o menino rebelde, virou o jovem mais sério e responsável da família. Deu duro como estudante, muitas vezes ia e voltava da Faculdade a pé, porque não tinha dinheiro para o transporte. Nunca fez farra, não bebia e não fumava.  Ríamos quando ele e nosso primo Eliezer, também estudante de medicina, saíam para curtir a noite e voltavam em meia-hora.

Era René quem tomava conta da casa e da gente. Era o mais organizado. Na sua mesinha de cabeceira havia tesourinha, agulha, linha e outros aviamentos. Se precisávamos de algo tomávamos emprestado silenciosamente e depois colocávamos tudo no mesmo local. Qualquer deslize, era uma bronca...

René e Raminho eram torcedores do Bahia enquanto eu, Eleusa e Iris torcíamos para o Vitória só para perturbar. Raminho era o torcedor apaixonado, René era o racional, analisava e reconhecia quando o time não ia bem. Dessa forma Raminho se irritava com a nossa gozação e René não dava a mínima importância

Tudo que acontecia com a gente ele reportava para minha mãe, tia Carmélia e tia Amelinha, todas fãs incondicionais dele. Ele sempre preocupado com a irmã e as primas, lembro-me uma vez, em julho de 1969, ficou na memória pelo evento da chegada do homem à Lua.   Os primos Célia e Lula que moravam em São Paulo vieram com alguns colegas passar férias em Salvador, e nesse dia saímos andando pela cidade a noite (tempos bons quando isso era possível), paramos na Sorveteria Primavera. Depois de várias degustações alguém resolveu tomar mais um sorvete que se chamava Beijo Frio, e ofereceu aos demais. Célia respondeu: Não quero, se pelo menos fosse um beijo quente...  E claro que tomou um corretivo de René.

 E assim era René... quando eventualmente ele viajava, na volta observava tudo na casa e percebia qualquer diferença, como por exemplo a borda da manteigueira quebrada, e então ouvíamos as reclamações pela nossa falta de cuidados.  Quando ele dava plantão sábado à noite a gente aproveitava para sair e chegar qualquer hora sem precisar dar explicações.

Rene se formou foi para São Paulo e depois se estabilizou em Conquista, onde conheceu Marilanda e mais tarde se casaram. O casamento foi uma surpresa e só mesmo os íntimos que moravam em Salvador participaram. Tia Amelinha nunca perdoou isso.

Daí em diante só nos víamos eventualmente, em ocasiões especiais, mas ele continuou o mesmo: simples, generoso e sério. Foi um médico conceituado, só ouvia as melhores referências sobre ele. 

Sabe aquela pessoa que todo mundo só falava bem? Era ele. Ele era o cara! Vai fazer falta!

Isabel - Maio,2021.


segunda-feira, junho 28, 2021

Florival da Costa Barreto (Set-1921 Jun-2021)

Adeus a meu pai. Flori, quase 100 anos, missão cumprida. Dois casamentos. 6 filhos. 9 netos. 4 bisnetas. Por mais natural que seja esse momento, fica em mim a sensação de solidão sempre que vai um da família. 





Vou repetir aqui um texto de Célia que já foi publicado neste blog: 

Tio Flori (Florival da Costa Barreto). Marido de tia Noemi, pai de Isabel, hoje com mais de 90 anos, tio Flori é aquele que nunca procurou os holofotes. Em que pese talvez sua timidez, ou provavelmente pouco valor à exposição, tio Flori foi prefeito de Caatiba, Bahia (1977-1982). 

Minhas primeiras lembranças de tio Flori vêm da infância: um homem calado e sempre com um olhar talvez crítico, mas conhecedor de cada situação. Naquela época, dizia-se que tio Flori era leitor costumaz das enciclopédias Barsa, Britânica e Larouse (tudo isto antes de aparece a Conhecer!). Lembro-me de um pé de figo no quintal da casa cujos frutos eram cuidadosamente protegidos dos bicos dos pássaros com um saco de algodão pela arte de tio Flori. Não tenho certeza se estas figueiras produziram bons figos, mas que estas árvores eram bem tratadas, lá isto eram. 

Em abril de 1961 o episódio da invasão baia dos Porcos nos alertou para eminência de uma terceira guerra mundial. Confesso que estava apavorada. Não me recordo como estavam o ânimo de minhas primas e amigas - principalmente Isabel, Bete e Vaneide – mas tio Flori nos relatou, didaticamente, a situação e que me permitiu dormi como um anjo sem esperar um ataque americano ou russo no meu pedaço. Obrigada, tio! 

Quando eu estava entre os 10 e 13 anos, minha mãe, Amélia, considerou que devíamos ter um suporte para manejar melhor o nosso idioma. Propôs a tio Flori que fosse nosso professor. Não me recordo exatamente de meus colegas deste do curso (Isabel? Duda? Lula? Bete?), mas aprendi que nosso idioma era fundamentado no latim e no grego e assim poderia entender porque usar s ou z, ç ou ss. No dia a dia, aprendi, com os exemplos praticados por tio Flori, a analisar os fatos, sem paixões e preconceitos, sem importar com as opiniões alheias, e, confesso que isto faz muita diferença em qualquer avaliação que participo profissionalmente. 

Tio Flori hoje tem mais de 90 anos, com alguma dificuldade para ler e, é claro, já não anda como um adolescente. Mas, ainda tem muito que ensinar fundamentado em todo seu precioso conhecimento. O que posso comentar, é meu reconhecimento e agradecimento a uma pessoa que me ajudou a ser mais independente de pensamento e ação. 

Célia Martins Neves (abril 2019)

Vou repetir o meu texto também, de outubro de 2018, antes das eleições:

Meu pai sempre foi de direita. É um democrata e liberal. Nunca foi machista, nem homofóbico. Nunca demonstrou nenhum preconceito, seja social, racial, ou de gênero. Sempre foi defensor da natureza, do saudável e do sustentável, mesmo quando esses valores ainda não eram modismos.  Mesmo hoje aos 97 anos, continua assim, aceita todas as modernidades sem nenhum espanto.

Apoiava o governo militar, dizia que o golpe foi necessário para evitar que o país se tornasse comunista. Nessa época, quando todos nós éramos de esquerda, ele nunca tentou nos convencer de nada, nunca pediu para votarmos nos seus candidatos, nem tampouco criticava os nossos candidatos. Ele votava na Arena e a gente no MDB.  A única coisa que ele dizia de vez em quando era se gostaríamos de morar num país onde não houvesse liberdade de ir e vir. E quando em ocasiões como Olimpíadas ou outro evento internacional, um atleta russo pedia asilo em outro país, ele comentava, se lá era tão bom, porque será que a pessoa queria sair. E não tínhamos resposta.

Um primo nosso que era atuante na política estudantil de esquerda, mais tarde Deputado Estadual pelo MDB,  era nosso Guru Político, a quem a gente consultava a respeito dos candidatos. Ele dizia que meu pai era a única pessoa de direita com quem ele conversava, pois esse tinha argumentos sólidos e era bem fundamentado. E nenhum dos dois tentava modificar o pensamento do outro.
E assim continuou. Ele votava em ACM e equipe, nós no partido adversário. Votou em Collor e eu em Lula. Não se arrependeu. Veio Itamar e depois FHC, que ele considera o melhor presidente que o país já teve.

No governo Dilma quando houve a tal Comissão da Verdade que apurou que durante o governo militar foram mortas 400 e tantas pessoas, ele comentou: Já pensou se fosse um governo comunista, quantos não teriam morrido? Como em Cuba e na União Soviética?... 
Apoiou também "o suposto golpe" a Dilma, principalmente pelo que fizeram com a Petrobras. 
Quando relembra dos presidentes, ele diz que o único voto que ele se arrepende foi o de Jânio Quadros. E sempre fala: Como deixei de votar no Marechal Lott, que era um candidato muito melhor?... Por ironia, o único arrependimento é não ter votado num militar... 
Votou até os 93 anos. Agora torce por Bolsonaro.

A Despedida

Meu pai não tinha religião, nem era ateu, costumava se definir como agnóstico,  uma pessoa que duvida de tudo, mas também acha que tudo pode ser possível. Contavam as historiadoras da família que ele tinha sido batista e pregador na igreja, porém acredito que isso deve ter sido antes dos filhos nascerem. No entanto, sei que ele lia muito a Bíblia, como cultura, e tinha um vasto conhecimento a esse respeito. Quando ele morava no Centro e as vezes apareciam as Testemunhas de Jeová pregando o evangelho, ele costumava recebê-las e lhes fazia várias perguntas para testá-las. A maioria das vezes elas não sabiam responder e prometiam voltar com explicações na semana seguinte. 

Então na sua despedida decidimos que não cabia uma cerimônia religiosa, simplesmente a escolhi um texto da Bíblia e Lílian, esposa de Alan, fez a leitura.

I Coríntios - Capítulo 13

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
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Agradeço a todos que compareceram à despedida, além de nós filhos: eu, Alan, Darlan e Rinaldo. Genro e nora Fernando e Lílian. Os netos Iuri e Raissa, Iago e a namorada, e Gabriel. Os sobrinhos queridos: Carlinhos, Saul, Anilza, Jussara, Raniere, Ariadne. O irmão, único que ficou, Antonio. Os primos Ivana, Raminho, Anete, Marcinho e Tininha, Nilde e Wagner. Os amigos que a gente sempre pode contar Quinha, Alex, Humberto Junior, Rose, Jefferson.

Flori - momentos para relembrar

Aniversário de 90 anos - 2011
Com Antônio e Fernando
Com Filhos e Netos
Com filho, nora e neto - Rinaldo, Gleica e Davi Luca.
Com filhos Darlan, Rinaldo e Isabel. Joao Miguel (neto) e Quinha (Cuidadora)
Com bisnetas: Bia, Leticia e Lara
Com bisnetas: Alice e Lara.

Irmãos Barreto: Antonio, Carlos e Florival



quarta-feira, maio 26, 2021

Rene Robles Martins de Matos 1943 - 2021 (78 anos)

 

Nota que saiu no Blog do Anderson


Um dos ícones da Medicina Conquistense acaba de partir. O ortopedista Rene Robles Martins de Matos, de 78 anos, estava no Hospital Samur, onde faleceu nesta terça-feira (25) por complicações da COVID-19. A imagem acima é um dos milhares de registros do BLOG DO ANDERSON no Boulevard Shopping Vitória da Conquista, momento de uma boa conversa sobre o Cotidiano Conquistense com o Doutor Rene a sua esposa, Marilanda Matos. Ele deixa filhos [Janaina, Ana Cecilia e Tulio], netos [Gabriel, Lara e Sam], genros e muitos amigos. Os sinceros sentimentos do BLOG DO ANDERSON.


Face de Daniela


Homenagem da sobrinha


































Rene foi o ortopedista da família, fui sua paciente e também levei Diego. Sempre nos recebendo com muita atenção, alegria e gostava muito de brincar, um ótimo profissional. Quando pequena lembro que a gente era mais próximo, depois só encontrava ele no consultório. Fica a saudade.

Texto da Câmara Municipal de Vitória da Conquista:

A Câmara Municipal de Vitória da Conquista manifesta o seu Profundo Pesar pelo falecimento do Sr. René Robles Martins de Matos, aos 78 anos, ocorrido no dia 25 de maio, vitima de coronavírus. Ele era médico ortopedista que durante muito tempo esteve frente a Clinica Sort.

René Robles Martins de Matos, natural de Iguaí - BA, nasceu em 07/04/43, filho de Arnóbio Alves de Matos e Carmélia Martins de Matos. Morou durante sua infância e adolescência em Vitória da Conquista, estudou no Instituto de Educação Euclides Dantas (IEED). Cursou Medicina em Salvador, pós-graduação e especialização na Universidade de São Paulo (USP) e no Hospital das Clínicas.
Retornou para Vitória da Conquista em 1971, a convite de Jadiel Vieira Matos, para fazer parte da sociedade do Hospital Samur, local onde trabalhou ao lado do médico Sebastião Castro por vários anos. Como carregava o sonho de ter um espaço proṕrio para atender seus pacientes, fundou, em 1992, a Clínica Sort (Serviço de Ortopedia e Traumatologia), onde trabalha até os dias atuais.
Nos idos de 1999, criou o primeiro serviço de referência em atendimento e assistência domiciliar – o Sudoeste Home Care - no interior baiano. 
Para Dr. René Robles, a medicina sempre foi uma realização e a pratica com toda dedicação e amor.
Casado com Marilanda Dórea de Matos, com quem teve três filhos, dos quais, duas já casadas, e três netos, Dr. René  se sentia realizado com a família, com a profissão e com Vitória da Conquista, cidade que escolheu para viver.
Em 2019, foi homenageado com o Título de Cidadão Conquistense, ele lutava contra o coronavírus, mas infelizmente não resistiu.
Manifestamos assim nosso pesar aos familiares e amigos que se encontram enlutados.


Texto de Janaina:

Há alguns meses meu pai já vinha falando que a hora dele estava chegando, várias atitudes e decisões que nos fazem crer que ele estava pressentindo e sendo preparado.
Desde o início entregamos para Deus e tudo foi conduzido da melhor forma.
Meu pai cumpriu a sua missão com maestria, era um ser humano de caráter, humano, ético, apaziguador e sereno (meio teimoso... rs).
Quem o conheceu vai saber o que significam estas expressões: “comer na garrafa”, “o galo tem que cantar na primeira noite”, “me bata um abacate com gotinhas de limão”, “o tempo é o senhor de todas as coisas”, “um ouvido dos presentes e o outro dos ausentes”, “temos 2 ouvidos e uma boca”, “oi professor”.
Pude notar o quanto era querido pelos familiares, funcionários, amigos e pacientes. Quantas homenagens lindas recebeu!
Estamos saudosos, mas confortados pela espiritualidade e pela doutrina consoladora.
Eu só tenho gratidão dentro de mim, especialmente pelo privilégio de ter sido a sua filha nesta existência.
Eu e a minha família agradecemos aos familiares e amigos pelas orações, pelas mensagens de carinho e apoio, agradecemos aos médicos e a toda equipe de saúde da Unimed e Hospital Samur, que cuidaram com muita competência e carinho.
O maior agradecimento fazemos para o nosso Pai maior que cuidou de tudo da melhor forma possível, nos preparando, amparando e confortando.
Sabemos que o meu pai está bem, junto aos seus e aos espíritos de luz. E nós também estamos bem, sustentados pela fé. Um dia estaremos juntos.
Deus é perfeito🙏🏼🙏🏼
René e Marilanda, com filhos, genros e netos.


quinta-feira, janeiro 14, 2021

Ana Luzia Batista de Matos (1947-2021)

Mais uma vez estamos em luto. 

Ana Luzia, esposa de Hamilton Ipê, nos deixou ontem, após um ano de luta contra uma leucemia.


Essa é a foto que está no perfil de Ana, no Facebook. 

Se ela a escolheu é como devemos lembrar dela, com um belo sorriso.

quarta-feira, dezembro 02, 2020

Gilberto Bonfim Matos (1947-2020)

Gilberto, meu cunhado, pai de meus sobrinhos Igor, Iuri e Ivan. Médico, residente em Itabuna.

Sempre foi um “bom vivant”, era bom companheiro de farras, dançarino excepcional nas festas todas as mulheres queriam dançar com ele, tinha habilidade em contar piadas. Mas normalmente, era uma pessoa tímida e reservada.

Na minha opinião ele teve uma vida privilegiada, curtiu muito a juventude, época de faculdade, com muita mordomia. Seu pai, José Matos, irmão de tio Arnóbio, era cacauicultor antes da vassoura de bruxa. Ele, sendo o único dos 8 irmãos, que fez faculdade, era orgulho dos pais. Tinha mesada liberada, pegava o que precisava, numa empresa de exportação de cacau.

Formou-se, casou com Iris em 1975, mudaram pra Castro Alves e depois pra Itabuna. 

Depois da morte de Iris, ele desmoronou, passou por um período difícil. Anos mais tarde encontrou um anjo da guarda, Marta, com quem viveu mais de 20 anos. Sofreu muito nesses últimos 2 anos, por problemas hepáticos, e ela cuidou dele com toda dedicação, até o último momento.


Com Igor e Iuri, ainda crianças.

Gilberto e Marta
No seu aniversário de 70 anos
 

Edson Andrade Barreto (1943-2020)









TEXTO DE NANINHA 

O motivo de estamos aqui, agora e tristes....

Mas também o motivo que nos une e de alegria....
Devemos isso a seu Edinho.....que plantou sempre a paz, a amizade.
Ouvimos dele sempre a palavra força e coragem..... não para ir para guerra.... mas para buscar a paz.....

Esses anos todos de vida escolheu a cidade de Itaquera a região do riacho seco para viver ....até morrer.. dizia que terra de bons homens, como Seu Pita, seu Lito, seu Jerônimo, seu Lu, seu Erisvaldo, seu Vadinho.... Astor e tantos outros.... me atentei aos que convivi pois são muitos...

O campo lhe trouxe o sustento e acredita que o homem do campo e a máquina que movem a cidade, o Brasil e o mundo, por isso agricultores...coragem e força

Nos anos de vereador neste casa  sempre teve a honra de representar o povo e ser sua voz, trouxe conhecimento, adquiriu, aprendeu e ensinou.....
O conhecimento só se torna grande, se passado para o outro.....

O melhor dos anfitriões.. . Mesa posta..... café na garrafa... gostava na fartura.....
Assim durantes esses anos...todos que por lá passaram.....tinham uma prosa...um conselho....um café, um pão com mortadela.....

Devemos contar e recontar a suas histórias....  Devemos ensinar o que aprendemos.......devemos cultivar o bem.
Foi o pai...o tio...o amigo..... o filósofo......
Ficou o exemplo
Seu Edinho, meu pai, sai da vida pra entrar na história.

Edinho com Leo e Cristiano

Texto de Célia

Morei em São Paulo com meus irmãos (e Dona) de 1968 a 1975, quando retornei à Bahia, formada em engenharia civil e casada com Ademário.

Durante este período, queridas pessoas, que vinham a São Paulo geralmente para compras ou exames médicos, hospedavam em nosso apartamento. Não havia whatsapp e telefone existia no posto telefônico e era usado para emergências e datas especiais – dia dos pais, dias das mães e aniversários, natal, etc. Os hóspedes sempre proporcionavam conversas maravilhosas, além das notícias frescas da família e da terra.

Tio Edinho aparecia praticamente a cada 6 meses para comprar charque e bacalhau e, tenho cá comigo, para dar um pouco de atenção aos sobrinhos distantes. Era uma festa todo dia: ia para a escola ansiosa pela chegada da noite para saber das novidades do dia, acompanhadas com o humor e o impressionante tino de observação de tio Edinho das coisas e hábitos paulistanos.

Quando estava na faculdade, tio Edinho ia mais amiúde, pois estava de namoro com Cecília, a irmã de Roberto Falcão, amigo de Lula. Aí a farra já envolvia os sobrinhos e os amigos, quase todos já se sentindo dentro da família: Rodolfo, Abraham e Moisés, entre outros.

Certa noite, saímos para tomar uma biritas. Estávamos de carona com Cecília e, para retornar, tio Edinho fez questão que Cecília ficasse na sua casa e nós iríamos de ônibus para a nossa. Saímos andando pela madrugada, conversando e dando muita risada de tudo, principalmente pelas observações constantes de Tio Edinho a tudo que via. Andando, o dia amanhecendo, chegamos ao Parque de Ibirapuera, onde há um enorme monumento dos Bandeirantes. Não resistimos, subimos no monumento. Aí, aparece a polícia, muito bem armada, nos manda descer, pede nossos documentos e perguntam: “onde vocês colocaram a bomba”? Quase desmaiamos ou quase fomos presos... Finalmente, depois de nos revistar e confirmar que não passávamos de uns tolos deslocados desta época um tanto conturbada politicamente, com sequestros e bombas. Ao chegar a casa, Amélia já estava acordada nos esperando. Tio Edinho contou nossa aventura e, é claro, caladinhos, recebemos o valoroso sermão de Amélia.

Outra noite e em outra visita, saímos para tomar cerveja. Estava um pouco frio, mas não importava, tínhamos os casacos e os casos de Edinho para aquecer. Depois de muita conversa e cerveja, saímos do bar e, ao chegar ao carro, tio Edinho e Abraham chegaram abraçados com uma cadeira de madeira dobrável entre eles. Não sei como coube, mas é certo que entramos todos no meu fuscão com a cadeira. Era madrugada e ao chegar a casa, deixamos a cadeira armada na sala e fomos direto para a cama. Na manhã seguinte, saímos todos cedo para a escola. Quando retornei, estava minha mãe, que coincidentemente estava conosco, sentada com seu inseparável crochê, conversando com tio Edinho. Amélia estava muito brava, dando um belo sermão em Edinho, acusando-o de corruptor de menores por “roubar” a cadeira do bar e exigia que ele retornasse para devolver. Como sempre, o sermão de Amélia não comoveu Edinho, muito pelo contrário, ele argumentou e convenceu a Amélia do valor “histórico e sentimental” da cadeira “roubada”. A cadeira ficou comigo até quando nos mudamos de Vilas para os Estados Unidos, quando distribui a maioria dos nossos móveis pela família. Não sei se alguém ficou com esta cadeira. O certo é que ela, realmente, teve o valor “histórico e sentimental” preconizado por Tio Edinho.

Itaquara, está órfã..


A partida de Edinho Barreto deixará uma lacuna que só um tempo longo poderá aliviar.
Homem cortês, solícito e de uma generosidade ímpar, "Seu" Edinho, irradiava sabedoria e lucidez de onde morava, em sua fazenda Paris. 

Na sua discrição, recebia a todos que o procurassem, sem distinção nenhuma. Conseguia transpor as conveniências do homem comum, e tratava em igual medida, de um magistrado a um homem simples, sem letras. Não havia diferenças para ele, entre um agricultor humilde e um grande fazendeiro, quem o visitasse, sentava na mesma cadeira, recebia o mesmo tratamento, a mesma atenção.

Era, como ele dizia, "na cozinha da casa que devemos receber os amigos!" E era assim mesmo, era de lá que ele, literalmente, destilava a sua sabedoria, sua cultura, seus conselhos. A sua presença de espírito, forte e acolhedora, era visível no seu sorriso, até mesmo em uma galhofa, ou piada.

Seu Edinho não tinha convenções, quem estivesse próximo a ele, sentia, na pureza dos seus sentimentos, a fluidez que emanava do seu caráter. Autêntico nas suas ponderações, não reclamava e nem recriminava a ninguém, e, se o fizesse, era por alguma importância, sempre para o bem...
Leitor voraz, de décadas, era raro citar uma obra clássica que ele não tivesse lido.

Falasse de Cervantes, Edinho Barreto emendava, como resposta, um trecho completo da obra.

Falasse de Tolstoi, Edinho Barreto descrevia um cenário russo do livro.

Falasse dos pensadores, ele desdobrava, dos Pré Socráticos aos contemporâneos.

Quem passasse, 01 hora apenas, na presença desse grande homem que se foi, saia de lá com o espírito renovado, com mais coragem para a vida.

E por aí ia... não tinha ego, na acepção da vaidade da palavra, ao contrário: era o oposto disso. Como em certa história quando estava diante de uma certa magistrada, que, por alguma razão, o tratou rispidamente e com grosserias, perguntando o que ele queria, ao que ele respondeu com calma e brandura, fazendo a "dotôra" ficar desconcertada...

Pois era assim, A placidez de seu jeito, sereno, ocultava um gigante!

Edinho Barreto, meu amigo de vários anos, foi, seguramente, um dos grandes homens que conheci nessa minha jornada terrena.

Um grande abraço, saudoso amigo...

(Texto do amigo Antônio Patrício)

TEXTO DE LILIAN





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