Quando saímos da fazenda para estudar em Jequié, moramos numa pequena casa rústica, semelhante à casa de trabalhador do campo, enquanto nossos pais construíam a casa da foto a seguir o texto.
Íamos para a escola, Mainha ficava todos os dias supervisionando a construção, não tinha tempo de fazer nossa comida para o almoço, e durante muitos meses vivíamos de arroz, ovos e farinha.
Quase concluída a casa, diga-se de passagem, uma bela casa, confortável, grande, e com o terreno que ia à rua de baixo.
Mudamos antes do término!
O quarto da minha irmã de apenas quatro ou cinco anos ficava numa parte saliente, na frente, junto à varanda. Tinha duas formas de entrar: "por dentro e pela varanda".
Certa feita, um garoto da minha idade que estava sempre em nossa casa, vizinho, discutiu comigo, entrou no quarto da minha irmão, teve um acesso de raiva e começou mexer nos objetos sobre a penteadeira, e, quando vi, parti para cima dele, o enchi de "porrada", não aguentou e saiu em disparada para sua residência ao lado.
Fiquei na espreita, só observando!
Percebi então que ele pegou uma pedra pontiaguda, estava batendo e furando o muro recém construído.
Dessa vez, não bati no moleque... fui à sua casa, falei com o pai o que tinha acontecido, logo o pai deu-lhe uma surra tão forte que tive de intervir.Apanhou duas vezes! (Não se faz mais país como antigamente).
Outra lembrança maravilhosa foi quando acordamos assombrados com tiros durante a noite, corremos, e Mainha estava atirando para o alto, de revólver, para assustar um ladrão-de-galinhas.
Belos tempos!
(Texto de Hamilton Ipê)
Um comentário:
Já sugeri o autor a escrever um livro de "contos"
Sucesso absoluto!
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