Das belas casas com seus jardins desnudos
onde não existiam muros,
Dos quintais tão grandes
que a noite ficavam escuros.
Havia pés de pêssegos, marmelos e romãs
sem esquecer dos figos, mangas e maçãs,
E também grapefruit, uma grande laranja,
Que até há pouco, eu não sabia se existia
Ou seria apenas uma fantasia!
Saudade de Conquista
Do frio aconchegante de junho,
da chuva fina na janela,
dos pijamas de flanela,
das cobertas de lã.
Saudade do Jardim das Borboletas
Com sua fonte luminosa,
Havia rosas cor de rosa e amarela
que nasciam no mesmo pé
E a baiana Aurelino que fazia acarajé.
Saudade de Conquista,
Do cachorro da vizinha,
Da vizinha esquisita,
Dos sinos da igrejinha
E da maluca Lilita.
Saudades das frias manhãs de São João
a procura de fogos esquecidos,
Saudade do picolé Lindoya e do Sorvete Araci
A mim, só raramente permitidos.
Saudade de Conquista,
Da sessão das cinco do cinema aos domingos
Onde para mim desfilaram tantos guerreiros,
Piratas e bandidos que me fizeram viajar,
Príncipes e heróis que me fizeram sonhar,
Bruxas e fantasmas que a noite vinham me assombrar.
Saudade de Conquista,
Dos colégios onde estudei
E dos outros que sonhei em estudar.
Do curso de inglês
Dos campeonatos de voleibol
Dos shows de rock’n roll.
Dos planos par o futuro
Dos colegas que nunca mais vi
Dos professores a quem nunca agradeci.
Saudade de Conquista dos anos 60
Tão criativos e fervilhantes,
Das festas de debutantes,
Da alegria alucinante.
Saudade dos livros proibidos,
Dos amores escondidos,
Dos tempos já idos,
Das ilusões perdidas,
Da ingenuidade há muito esquecida.
2 comentários:
Virou poeta? Lindo Bel.
Essa pandemia faz coisa, que a gente duvida.
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