terça-feira, abril 07, 2020

Semente de melancia para curar meningite viral

Nesses tempos de quarentena, arrumamos a casa, costuramos, lemos, vemos TV, assistimos filmes e relembramos o passado, esperando passar este Tsunami que estamos vivendo. Hoje, 28 de março de 2020, liguei para Noélia e lembramos que já passamos por uma epidemia. Resolvemos relatar para vocês.
Nasci em 1942, aos três anos vivi uma epidemia na minha cidade natal, Três Morros, em torno dos anos de 1945 ou 1946. 
Nessa época não tínhamos termômetro, analgésicos, antibióticos, corticoides. Sem orientações médicas, tínhamos que conviver e sobreviver com esse ser invisível que nos atacava: a meningite viral
Em nossa casa viviam meus pais e 10 filhos. Arthur (o mais velho) e Eliezer (recém-nascido).
Começou morrendo muitas crianças, teve famílias que perderam seis filhos, muito triste. Mãe sempre nos contou estes momentos com muita tristeza.
Em nossa casa, Nilson e eu fomos afetados pelo vírus meningite. Mãe mandou todos para a casa de uma vizinha, ela ficou conosco em nossa casa. Amélia ficou tomando conta dos menores, inclusive Eliezer, recém-nascido, na casa da vizinha.
Um médico veio de Jequié, mãe contava que ele nem chegou a olhar, lavou as mãos com álcool e foi embora. Fazer o quê? Sem recursos, sem ciência, o jeito é esperar a natureza agir.
Mãe contava que uma pessoa lhe disse: “o remédio é chá de semente de melancia”. Nesta época não existia frutos fora do tempo certo (estação), era muito difícil arrumar. Mas soube que seu Joaquim, lá para as bandas de Genipapo tinha as sementes.
Então mãe falou: “Dôdo, pega o cavalo e vai atrás das sementes”. As sementes vieram, tomamos o chá e começamos a melhorar. Primeiro muita fé em Deus, segundo chá de semente de melancia, sobrevivemos sem sequelas (aparentemente)

Normélia
Melancia Textura Da Melancia Com Sementes Ilustração do Vetor ...

Ao relato de Norma, acrescento as minhas lembranças. Tinha pouco mais de cinco anos, Nilson e Norma contraíram o vírus da meningite, cenas de infância que ficam gravadas. 
Norma com forte febre pedia "aga". 
A família providenciou a nossa ida para a casa da vizinha com Amélia. Eliezer recém nascido, mãe ia a casa da vizinha amamentá-lo. 
Para desinfetar usava-se creolina.
Mãe fornecia homeopatia para as pessoas, era o remédio disponível.
Muitas crianças morreram, Nilson e Norma venceram a meningite e não contaminaram mais ninguém em casa.

Noélia

2 comentários:

Cristiano Barreto disse...

Quero mais causo de infancia! anos 40 e 50, conta mais!

Bel B disse...

Será que serve para o vírus chinês?...

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