quinta-feira, maio 16, 2019


Embalagens

Recentemente li um livro interessante cujo autor simula o diário de um senhor holandês idoso que vive em uma casa de repouso. Com um senso de observação peculiar e um humor irônico, ele descreve o dia a dia desta casa, fala de hábitos de alguns hóspedes, da posição de alguns dos moradores nas questões políticas do país, principalmente as que estão relacionadas com os idosos e as fofocas dos artistas de novelas, teatro e cantores (dos velhos, é claro).

Em um determinado dia, ele fala de coisas irritantes e, como exemplo, cita as embalagens:

  • latas com argolinhas onde não cabem o dedo;

  • pacotes à vácuo com cantinho demasiado pequeno para se conseguir agarrar, puxar e abrir;

  • frasco de detergentes com tampa à prova de crianças, impossível de abrir em qualquer idade,

  • tampas demasiadas apertadas de frascos de compotas,

  • rolhas de cortiça do vinho,

  • e outras mais.  

E depois da sua tentativa infrutífera para abrir um frasco de conserva de pepinos, o autor considera “alguém deveria reclamar à indústria de embalagens por dezenas de milhares de acidentes com danos físicos e psíquicos. Assim não pode ser, têm de fazer de forma diferente. Se conseguem mandar homens à Lua, têm que conseguir fazer embalagens mais eficientes.”

Esta coisa pegou no meu calo. Toda vez que vou lavar o cabelo, reclamo da embalagem do shampoo e do condicionador.

Logo que tive acesso ao shampoo, la pelos 13 anos de idade, depois do famigerado sabão de coco para lavar o cabelo, só existia uma marca e cada um com uma cor para seu tipo de cabelo. Um luxo! O meu preferido era o branco, com lanolina. Depois surgiu o condicionador com a embalagem parecida ao do respectivo shampoo: a do shampoo tinha a tampa para cima e o do condicionador para baixo. Foram aparecendo outras marcas com novas embalagens. Hoje, a maioria, incluindo a que me agrada, as embalagens são iguais, com o nome shampoo e condicionador em letra bem miúda para diferencias em algum lugar.

Imaginem uma pessoa debaixo do chuveiro, com o cabelo e rosto molhados, sem óculos (eta nóis), procurando identificar o que é shampoo e o que é condicionador. Irritante! Identifico pelo tamanho da palavra: condicionador é mais longo que shampoo.

Tentei o tal do 2 em 1 (shampoo e condicionador juntos) para diminuir minha irritação, mas não gostei do produto misturado. Hoje, coloco o shampoo em um lado e o condicionador do outro e assim sobrevivo, mesmo quando “troco as bolas”. Afinal, por que tenho que começar o processo de lavagem do cabelo pelo shampoo? Não pode ser pelo condicionador?  

2 comentários:

Bel B disse...

Uma vez fiz um percurso enorme de carro, com sede, e com uma garrafa de água mineral sem conseguir abri-la. Depois disso toda vez que compro, peço logo pro atendente abrir.

Cristiano Barreto disse...

Outra coisa é torneira de pia, sempre passamos sabão e não conseguimos abrir a torneira para enxaguar. Aqui em Sydney até agora não vi nenhuma lisa, todas são do tipo torniquete.

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