E o São João foi assim...

Sao Joao.... Festa da fatura....Festa dos assados.....Festa do fogo... fogos... Festa da saudade.... 

São Joao sempre foi um festa inesquecível, pois esperava ansiosamente cada um .....
Cada carro um suspiro de alegria ... quem será que esta chegando?
A varanda vazia sem bancos para atrapalhar o forró já estava lustrosa da cera que havia passado. Todos ajudavam na faxina. Todos ajudando em tudo que podia para receber os convivas....

Voltando para a Fazenda  fui mais de espiadeira do que faxineira......
Espiei a alegria de todos.....

Espiei as crianças. Lembrei como eu brincava na lama, não me lembro de botas ou sandálias nos meus pés....
Lembro de estar sempre correndo....

Espiei a cozinha..... quantas historias passaram por ali...
Contamos novamente o Sao João que Tio Elifaz passou 3 sacos de milho sem perceber...

Lembrei de minha avó fazendo os bolos de puba e aipim, jogando o coco por cima  e passando a folha da bananeira no fogo. A mão dela era a espátula mais eficiente que já vi! Tinha o dom de aproveitar tudo......

Espiei os que levantavam cedo e ficavam lá na cozinha conversando, enquanto o dia ia clareando. Lembrei. Voltei. Revivi...  

Espiei os filhos do Big. Sentamos na sala, uns no chão. outros na mesa de biriba. Cada um tinha causos e causos de Montanha. 
Ana Paula lembrou que dançávamos o dia toooooodo....a varanda hoje cheia de bancos e vazia de dançarinos. 
Mauricio visitou sua terra, onde de lá saiu o primeiro violão.
Revisitou em um espaço de 24 horas alguma vezes. Chamou os pequeno: Joaquim, Henrique e João (vizinho de Duda e Nanda) e contou sua peregrinação da roça de cenoura.
Marcinho, a figura de sempre! O mais Big dos Meninos! Nos deu uma aula de munição..... Serginho, filho de quem é, ficou atento. 
Mauricio nos trouxe noticias do Onha! Precisamos ir lá.....

Espiei que faltou Nunça .... Lembramos  várias historias não só da valentia , mas também do tamanho do seu coração e disposição para grandes festejos. As talhadas de queijo que pescava sempre que passava na cozinha.  E quando era pego no mal feito, piscava  dois olhos de vez e ria. Dessa forma dava a entender.....xiiiiiii.! nosso segredo! Festa sem os Nunças falta sempre alguma coisa!  

A cozinha que tinha sido por muitos anos de Dona Liu, agora Dona Dilza estava no comando, assando, cozinhando, exagerando , lá estava ela orquestrando os trabalhos. Vez ou outra vinha as lembranças do que João Barreto gostava, o que faria, o que diria..." - seja algodão entre copos de cristais ". Digo para ela o que minha vó diria: "- Dilza, faz a colher e borda o cabo"

As demanda de pau de sebo, chuveiro queimado, banheiro entupido, lama, atolamento, fogueira... isso estava com  Leo que cada dia está melhor, pra lá e pra cá sem parar até ter febre de anfitrião!... 

Alessandra  acompanhou, companheirou tudo ! Receber é doar. É trabalhoso, mas muito mais gratificante.

Dudão estava lá,  trouxe história de tia Cecilia. E contou que também ganhou um violão, q fez aula e tudo! Ele acha que tom maior e menor é conversa de pescador! 

Espiei que tinha convidados, nunca vistos.. De butuca....espiei....espiei.......

Teve biriba sem cigarro, teve Leri contando a amarração no poste, caldeira e outros trens..... Leri contado e meu pai confirmando, pois é preciso uma confirmação para tanta narração fabulística.

Marcos, "du camarao", fumante de cigarrilha, poucas palavras, fez uma panela de Camarão ao bafo! Quando ele destampou perguntei  a Serginho que por acaso, puro acaso, estava sentado a mesa em frente a panela - o que que tem embaixo? Pensei em macarrão com cobertura de camarão! Não,  era tudo camarão..... Falei: -Meu pai Celestial! Ficou responsável pelos mariscos ! É muita sorte! 

Tia de Alessandra, Lidina, já morou na região Sudoeste e foi aluna de Dona Amélia ! Tem as cadeiras e o talento da cozinha, riso frouxo! Foi presença forte na labor da cozinhação!  Anamira levou 30 kg de carneiro, Serginho gosta do agrado, meteu a mão, assou, fez caldeirada.....

Espiei de tudo, a minha moda as vezes mais Barretistica do que gostaria. Foi  muito bom!

Seu Edinho na sua cadeira de balanço na varanda, recebendo seus peregrinos, prosando muito! As coisas pareciam ou parecem estar voltando aos seus devidos lugares.  Sentado a mesa, sem ver, pegou sem querer a travessa de canjica! ... Falei para ele: surdo só ouve fuxico ! 

Joaquim chorando para não vir!

Tudo Normal de novo!

(Texto de Naninha, no São João da Fazenda Paris - Junho 2019)