“Um homem que não seja socialista aos 20 anos, não tem
coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça”
Georges
Clemenceau (1841-1929)
Bom surgiu uma polêmica no aniersário do Gil, mas eu já
havia ido embora, sobre quem teria coragem de me perguntar quantas vezes eu
votei no PT. Acredito que o motivo do “medo” deve ser a minha atual postura
anti-PT.
Seguindo o pensamento acima, realmente, não há como não ser
idealista na juventude, em querer “consertar” o mundo, até porque carecemos de
informações e conhecimento. Seguindo essa linha, tentei participar do movimento
estudantil em 1974, eu era estudante da Física na USP, mas me decepcionei pois
vi apenas proselitismo e nada concreto. Os líderes, diferente de mim, só
estudavam e queriam agitar as massas só falando, eu tinha que trabalhar para me
sustentar, mas mesmo assim continuei “de esquerda” e contra a ditadura. .
Fiquei fulo da vida quando do Geisel, no pacote de 1977, limitou a bancada
federal paulista e aumentou as do nordeste, garantindo assim a maioria do
colégio eleitoral na mão da Arena.
Participei das duas passeatas das Diretas-Já e fiquei puto
com a Globo que nem mencionou a primeira que reuniu mais de 100 mil pessoas na
praça da Sé. Em 1987 organizei a Comissão de Empregados na unidade do Serpro,
pois a empresa tinha milhares de digitadores que dominavam as reivindicações
sindicais e eu levantei bandeira de também defender os interesses dos
operadores, programadores e analistas (eu era analista). Foi aí que tive
contato com o mundo sindical e comecei a chamar todo mundo de “companheiro”.
Fui “destituído” do cargo por uma líder dos digitadores, durante uma greve.
Encerei aí minha participação no movimento sindical mas pude observar a
manipulação de idéias e dinheiro.
Em 1989, finalmente a eleição direta presidencial.
Candidatos fortes Lula e Collor. Foi a única vez que votei no PT para o cargo
executivo. Sempre tinha votado até então, em candidatos do partido para o
Legislativo, já que eles eram bons nas denúncias e fiscalização. Nessa época
até fiz boca-de-urna para um amigo petista candidato a deputado estadual e que
foi eleito. Apesar do meu voto, felizmente o Lula perdeu.
Em 1994, com o Plano Real controlando a inflação, votei no
FHC. No primeiro turno da reeleição dele, votei no Ciro Gomes, pois queria que
o FHC apresentasse o seu plano de governo para o segundo mandato (coisa que ele
não tocou durante a campanha), mas a população o elegeu no primeiro turno, dando
um cheque-em-branco a ele. Nessa época ainda votava no PT para o Legislativo,
como por exemplo, votei no José Genoíno.
Mas aí começaram as maracutaias petistas: Morte do Celso
Daniel e do Toninho do PT, o Fora FHC, o Abaixo Plano Real, Fora FMI e aí por
diante. Não havia mais condição de votar em nenhum petista. Passei então a ser
mais um “coxinha”. Inclusive na campanha de 2002, eu dizia aos amigos que iam
votar no Lula: - se ele fizer a Reforma da Previdência e a Tributária, na
reeleição eu votarei nele.
E digo mais: FHC foi o responsável pela eleição do Lula, e a
situação deplorável que se encontra o país hoje, depois da (con)gestão
petralha. Inclusive defende o molusco até hoje, vide seu depoimento na
Lava-Jato.
Deixei de ser petista muito rápido, acredito que nem fiquei
manchado, pois eles eram, à época, o símbolo da honestidade e da ética. Hoje para
mim, quem defende o PT/Lula/Dilma é um alienado político. Equiparo-os aos muçulmanos
que não aceitam pessoas que pensam diferente. Tanto é que um humorista de
direita, sempre que escreve a sigla
PSoL, coloca o “sic” em seguida para evidenciar o erro: O socialismo quer todos
pensando igual, logo a palavra Liberdade da sigla, fica incoerente. Vá tentar
argumentar com um socialista/comunista. Eles vão querer ganhar no grito ou
partir para a porrada.
Como hoje, eu sendo um liberal e a favor do livre mercado,
posso votar em candidatos ou partidos de esquerda?
Posso estar velho, mas não DEMENTE,
Alvaro Alfredo Risso