terça-feira, janeiro 23, 2024

A idade do descarte...

 O sujeito não envelhece, afinal ninguém se sente velho… mas o tempo vai passando, dias, meses, anos, e a cada década nos deparamos com as características da idade. Vemos isso em nós e em nossos amigos da mesma faixa de idade. 

O primeiro baque é aos 50 ao  perceber que ja vivemos meio século. Aos 60 passamos a ser vistos como idosos, embora a gente se sinta tão jovem como sempre. Chega o momento que resolvemos aproveitar a situação e vamos fazer a plaquinha de idoso para o carro, entramos nas filas de prioridade e vamos nos acostumando…


Fiz 70 em 2022, numa fase complicada de minha vida então a idade era o que menos importava, o peso dos problemas era tão grande que o peso da idade passou despercebido. Um dia, no WhatsApp, no meu grupo de faculdade, uma colega publicou uma foto antiga que ela encontrou  durante uma arrumação que fez em casa, segundo ela estava descartando muitas coisas para não dar trabalho aos filhos quando ela partir dessa vida.  Brinquei que eu não faria isso, deixaria tudo para os outros resolverem..  Esse foi o primeiro sinal dos sentimentos dos setentões.


Numa visita a um casal amigo, ambos da faixa dos setenta,  me disseram que iam chamar um “marchand” para avaliar alguns quadros e colocá-los a venda, não por necessidade de dinheiro urgente, apenas para ter dinheiro disponível para necessidades que possam surgir.

Recentemente conversando com um amigo, ele me disse que fez um balanço no seu vestuário e doou a metade das roupas e sapatos…


So passei a pensar nesse assunto depois que fiquei sozinha num apartamento enorme e cheio de coisas, a todo momento me questiono pra que preciso disso ou daquilo… 


Refleti então sobre um acervo de cartas, fotos, lembranças que tenho guardado, não propriamente coisas minhas, como da família toda que as pessoas foram passando para mim ao longo dos anos. Então pensei, está na hora de passar esse acervo para alguém mais jovem e que se interesse pelo assunto. E assim ja passei o arquivo de cartas...



Acervo de Cartas entregue a Rui

"Se a vida é uma viagem, reduza a bagagem" (Nildão)



Um comentário:

Hamilton Ipê disse...

Uma história contada nessas fotos! Belíssimas!

Esse troço de contagem de anos que se transformam em idade vivida acumulada, me traz à memória um diálogo que assisti há pouco menos de dois anos.

Minha sobrinha-neta, filha da filha da irmã de Aninha completava, apenas, nove anos. E num sotaque paulistano dos filmes infantis, perguntou à avó.

Vovó, eu estou completando nove anos, não é?
Sim, e é por isto que estou te dando os parabéns.
Mas, Vovó, se eu estou completando nove anos, está faltando menos um ano para eu morrer. Por que os parabéns?

A avó olhou para mim, e eu pensei: Como é possível uma criança de nove aninhos pensar com tanta lógica?

Daquele dia em diante, sempre fico cabreiro ao parabenizar alguém por seu aniversário. Eu, pelo menos, não gosto.

Homenagem a Fernando na MOVEBA/FIEB

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