segunda-feira, junho 20, 2022

Antiga estrada de trem gerou este papo


Isabel:

Já andei nesse trem. Íamos de Conquista para Jequié de ônibus. Na parada íamos ver minha bisa Maria Rosa, mãe de Cecília e Nicacia, pegávamos o trem para o Onha onde passávamos alguns dias. Depois o trem para São Roque e de lá o Vapor para Salvador…. (Anos 50)



🤔Célia, Lula e Duda são netos de Nicacia e de Cecília, então Maria Rosa era bi-bisa deles.

Noelia 
Fizemos muitas viagens, nasci na fazenda de vó Emília, voltamos muitas vezes pra visitá-la, tios e muitos primos, marcou a nossa infância!

Célia 
Lembro desta viagem quando fomos conhecer a bisavó. Foi a primeira e única viagem de trem de ferro que fiz no Brasil. Fiquei encantada porque eu enjoava demais quando viajava de carro e de trem não senti enjoo. O melhor da história é que, quando chegamos no Onha, para ir para a fazenda, fomos "montados" num boi: Lula, o mais velho, sentado na cangalha e eu e Duda, ao lado, cada um dentro de num panacum. Como esquecer uma aventura desta? Mas, confesso, chorei bastante logo que me colocaram no panacum.

Ivana
Kkkkk lembro-me de ter sido colocada no panacum na viagem para o rio São Francisco

Isabel
Eu fui ao Ronco tambem quando criança, imagino que eu tinha uns 7 ou 8 anos. A lembrança que tenho é que Noemi caiu do cavalo e ficou com uma mancha roxa no bum-bum…

Célia
O animal do transporte era boi ou cavalo? Só vi gente montar em boi em Nazaré das Farinhas. Minha mãe disse que a região tinha muita lama e os cavalos, burros e mulas escorregavam. Os pés do chifrudo eram mais apropriados. Além do trem de ferro, ser transportada num boi também foi inédito.

Ivana
Eu acho que foi um burro! Minha mãe deve saber! 🤔

Isabel
Já andei de panacum também nas fazendas de Tio Arnobio e Tio Isaias. O transportador era burro. Eu era super-medrosa então preferia ir no panacum. Tinha medo de andar na garupa. Numas férias na fazenda de tio Isaias, saíamos a cavalo, isso é, Lula, Virgínia e Íris iam sós nos cavalos. Eu e Célia, com tio Isaias. Célia, menor que eu, ia na garupa, e eu no cabeçote.
Acho que fui a criança mais medrosa da face da terra!…
Por isso mesmo, admirava demais Jojô Viana quando era criança, porque eu via nela, uma criança destemida…

Charles
Família de panacunzeira🤣🤣

Jojô 
Hoje eu sou muito medrosa

Noelia
Foi pena não termos na época como tirar fotos! A nossa viagem pro Barro Preto, fazenda dos avós maternos, Nilson na cangalha, Norma e Zeu num panacum eu e Edinho no outro.

Marcelo 
Quando eu morava aqui em Jaguaquara (1961-64) meu pai me levou pra Salvador de trem e vapor: chegava lá bem tarde.

Norma
Edinho e eu  os gordinhos Noelia e Zeu os magrinhos. Tinha que colocar pesos iguais pra equilibrar os panacuns. Como éramos muitos ...

Lila 
Eu ivana e Robinho já andamos por lá no panacum.

Naninha
Quer achar um Barreto , vai ver lá no panacum!

Lula
Vocês esqueceram do jegue. Fui pra  fazenda em iguai com Carmélia pegar sistosoma no rio de água corrente que não tinha. Ela me colocou num jegue, quando ele empacou ela enfiou uma cana e torceu. O jegue deu um pinote e me jogou na chão!!!

Noelia 
Bela aventura! Os meninos de hoje não teem essa coragem

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César Fonseca (neto de Mariquinha) disse...

Bel... obrigado por esse filme. Quase deu pra ver uma das casas em que morei. Emocionante!
Esta estação de Jequié era meu parque de diversões. Tinha umas "agulhas", um mecanismo manual, de ferro, que me permitia, com muito esforço, desviar o caminho do trem. Além disso eu colocava pedras coladas na linha, na esperança de descarrilhar a composição. Repor a composição na linha era um trabalho de muitos dias, uma festa! Mas a cada chegada do trem, o guarda da estação, um negro muito gordo, cujo nome esqueci agora, vinha balançando as banhas, suando no sol quente, para desfazer as merdas que eu havia feito...
Minha vó contava ter chegado nesta estação no meio de um tiroteio, que teriam deixado a parede crivada de balas. Mas acho  que era mentira para nos divertir.
Minha vó Mariquinha cuidou de sua bisa Maria Rosa. A cada 15 minutos ela reclamava para mudá-la de posição na cama. Eu lembro disso, em uma visita. Mas eu estava encantado com a cadeira de rodas dela, de madeira, pesada... empurrava pra lá e pra cá, fazia uma zoada da zorra! No quintal tinha um pé de goiaba. Vai ver nos batemos por lá. Idos de 1958, por aí.
Quase perdi um calcanhar  debaixo da roda de ferro de um troley. Passei dias na cama com o pé inchado, usando mastruz!
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Hamilton Ipê disse...

LINDAS RECORDAÇÕES, BELA HISTÓRIA!
Também tenho minha história sobre esses trilhos históricos, e resolvi contar.
Era dezembro/1957!
Meus pais, Arnóbio e Carmélia, planejavam ir a São Paulo no janeiro seguinte, passar uns dias com Tia Dora, Tio Moisés e Nete, os outros já tinham se desgarrado. Queriam levar os três, mas, eu, além de não gostar de São Paulo mesmo sem conhecer a cidade, via a oportunidade de, próximo aos 16 anos, trafegar livre e solto.
Depois de muita insistência, minha mãe concordou e combinou que eu ficaria na casa de Tio Saló e Tia Dalva.
Viajei para Salvador de ônibus, durava quase 24 horas em estrada de cascalho. Nas proximidades do km 100 o veículo quebrou, ficamos mais 24 horas esperando socorro.
Chegando em Salvador, fui direto para o Barbalho onde residiam meus tios e filhos. Fui muito bem recebido por todos. Carlito, Célia, Cléria, Cleuse. (Por sinal, alguém sabe por onde andam?).
Chegou o dia de retornar a Conquista, e decidi ir de “vapor” até São Roque do Paraguaçu, e, depois, de trem para Jequié. De lá pegaria um ônibus.
Na hora da saída de casa, Tia Dalva me aprece com um pacote retangular medindo aproximadamente 40x30x20, que pesava no mínimo 15 quilos. Não disse do que se tratava, com a recomendação de entregar a tia Adélia, em Jequié.
Com o pacote no ombro e a mala na mão, fui direto para “a baiana” na enseada do mercado.
Já não suportava o esforço, ainda mais para subir e me acomodar no “Maragogipe”. Fiquei no convés a observar a beleza da Baia de Todos os Santos, e pensava:
“como vou tirar esse pacote do navio e correr, sim, correr para pegar o trem?” (Eh!, era preciso correr para pegar um lugar no trem).
Confesso, que por diversas vezes estive muito próximo de jogar o pacote nas águas azuis turquesa. Desistia ao lembrar dos dias agradáveis e o tratamento recebido.
Chegando a São Roque já estava preparado para descer e correr. Não me esqueço da competição com o pesado pacote no ombro e a mala na mão. Consegui chegar e encontrar lugar no trem. Como era próximo ao horário de almoço, pensei: “vou almoçar, levo a mala e deixo o pacote no banco de madeira do trem. Se alguém quiser levar, pode levar, mas, duvido quando sentir o peso”.
Assim fiz! Sentei numa das muitas barracas existentes nas proximidades da Estação e comi uma refeição que jamais esquecerei: Feijão, arroz, farinha, e muito, mas muito camarão regado a pimenta. Demorei tanto que quando o trem apitou sinal de que daria a partida a qualquer momento, paguei e quase não aguento chegar e subir no trem.
Dormi até Jaguaquara, já início da noite o trem chegou a Jequié. A Estação de Trem (hoje parece ser sede do Corpo de Bombeiros) ficava a uns bons 2 ou três quilômetros do final da caminhada.
E agora, vou ter que passar por tudo novamente. Colocar o pacote no ombro, mala na mão e ir para a casa de Tia Adélia.
Quando cheguei, Tia Adélia não esperava o pacote, foi um presente de “crente”. Quando abriu e vi do que se tratava, me arrependi amargamente de não ter jogado o pacote aos peixes.
Propagandas da Igreja Batista!!!

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Um comentário:

Hamilton Ipê disse...

LINDAS RECORDAÇÕES, BELA HISTÓRIA!
Também tenho minha história sobre esses trilhos históricos, e resolvi contar.
Era dezembro/1957!
Meus pais, Arnóbio e Carmélia, planejavam ir a São Paulo no janeiro seguinte, passar uns dias com Tia Dora, Tio Moisés e Nete, os outros já tinham se desgarrado. Queriam levar os três, mas, eu, além de não gostar de São Paulo mesmo sem conhecer a cidade, via a oportunidade de, próximo aos 16 anos, trafegar livre e solto.
Depois de muita insistência, minha mãe concordou e combinou que eu ficaria na casa de Tio Saló e Tia Dalva.
Viajei para Salvador de ônibus, durava quase 24 horas em estrada de cascalho. Nas proximidades do km 100 o veículo quebrou, ficamos mais 24 horas esperando socorro.
Chegando em Salvador, fui direto para o Barbalho onde residiam meus tios e filhos. Fui muito bem recebido por todos. Carlito, Célia, Cléria, Cleuse. (Por sinal, alguém sabe por onde andam?).
Chegou o dia de retornar a Conquista, e decidi ir de “vapor” até São Roque do Paraguaçu, e, depois, de trem para Jequié. De lá pegaria um ônibus.
Na hora da saída de casa, Tia Dalva me aprece com um pacote retangular medindo aproximadamente 40x30x20, que pesava no mínimo 15 quilos. Não disse do que se tratava, com a recomendação de entregar a tia Adélia, em Jequié.
Com o pacote no ombro e a mala na mão, fui direto para “a baiana” na enseada do mercado.
Já não suportava o esforço, ainda mais para subir e me acomodar no “Maragogipe”. Fiquei no convés a observar a beleza da Baia de Todos os Santos, e pensava:
“como vou tirar esse pacote do navio e correr, sim, correr para pegar o trem?” (Eh!, era preciso correr para pegar um lugar no trem).
Confesso, que por diversas vezes estive muito próximo de jogar o pacote nas águas azuis turquesa. Desistia ao lembrar dos dias agradáveis e o tratamento recebido.
Chegando a São Roque já estava preparado para descer e correr. Não me esqueço da competição com o pesado pacote no ombro e a mala na mão. Consegui chegar e encontrar lugar no trem. Como era próximo ao horário de almoço, pensei: “vou almoçar, levo a mala e deixo o pacote no banco de madeira do trem. Se alguém quiser levar, pode levar, mas, duvido quando sentir o peso”.
Assim fiz! Sentei numa das muitas barracas existentes nas proximidades da Estação e comi uma refeição que jamais esquecerei: Feijão, arroz, farinha, e muito, mas muito camarão regado a pimenta. Demorei tanto que quando o trem apitou sinal de que daria a partida a qualquer momento, paguei e quase não aguento chegar e subir no trem.
Dormi até Jaguaquara, já início da noite o trem chegou a Jequié. A Estação de Trem (hoje parece ser sede do Corpo de Bombeiros) ficava a uns bons 2 ou três quilômetros do final da caminhada.
E agora, vou ter que passar por tudo novamente. Colocar o pacote no ombro, mala na mão e ir para a casa de Tia Adélia.
Quando cheguei, Tia Adélia não esperava o pacote, foi um presente de “crente”. Quando abriu e vi do que se tratava, me arrependi amargamente de não ter jogado o pacote aos peixes.
Propagandas da Igreja Batista!!!

Homenagem a Fernando na MOVEBA/FIEB

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