Não condizendo com a conjuntura contemporânea, na qual se
torna comum o acúmulo de milhares de conhecidos em redes sociais, houve tempos
em que amizade significava o máximo grau de intimidade vigente na sociedade.
Assim, é inquestionável que o conceito de amigo sempre esteve atrelado à
relação do homem com o contexto no qual ele está inserido. Desse modo, da fiel
relação entre Dom Quixote e Sancho Pança, Fabiano e a cachorra Baleia a outros
magistrais exemplos, pode-se depreender o imaginário acerca da amizade. É
inquestionável, todavia, que, no período no qual ela se destacava, o homem
ainda não se encontrava rendido aos atrativos tecnológicos. Como proposto por
Baumam, as relações interpessoais vêm sendo fragilizadas por algum meio
comunicativo. Tal fato mostra-se presente quando se tornam cotidianas cenas de
reuniões entre amigos em que todos os membros então portando celulares ou algum
aparelho eletrônico. Assim, relações, que antes eram fiéis e carnais, vêm
cedendo espaço para relações frias e interpessoais.
Ademais, é indubitável que as relações de amizade na
contemporaneidade mostram-se profundamente marcadas pela efemeridade e pelo
interesse material. Utilizando o conceito de valor social de Karl Marx, os
indivíduos de uma sociedade possuem valores implícitos baseados no grau de
adequação desses às instituições sociais (cultura) do local, gerando, por
conseguinte, uma tendência de agrupamento pautada nos valores individuais. Tal
teoria mostra-se presente na obra de Aluísio de Azevedo, O Cortiço, quando João
Romão, ao ascender economicamente, começa a participar do círculo social de
Miranda.
A amizade sempre foi um dos pilares da convivência humana
harmoniosa, entretanto certos fatores estão contribuindo para a corrupção dessa
relação afetiva. O Ministério da Cultura, portanto, deve difundir campanhas com
o intuito de alertar as pessoas para a importância da relação física nos
círculos de amizade. Outrossim, o indivíduo deve refletir sobre como a amizade
vem sendo firmada hodiernamente, a fim de torná-la menos supérflua, efêmera e
interesseira. Assim, a amizade, finalmente, tornar-se-ia uma relação pura e
benéfica como as idealizadas na literatura.
Márcio A Barreto Filho – 2º.A
Um comentário:
Matou a pau.
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