quarta-feira, abril 03, 2013

Historias de Inocêncio

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Acho que o povo esta de choque, ninguém escreveu historias de Inocêncio, portanto eu vou começar.

 Em um certo ponto da minha infância, Inocêncio era meu tio numero um. As pessoas mudam com o tempo, depois me afastei, mudei de tio e de vida, mas hoje vou falar desta fase.

A primeira lembrança de Inocêncio é a historia da gude. Antes de Inocêncio gude era regrada. Eu  comprava de 3 a 5 gudes por vez, na Venda. As gudes da Venda eram vagabundas, pequenas e verde como vidro. Quando Inocêncio apareceu no pedaço e era dono da Imperial eu pensei logo “Vou comprar no atacado!!!”. Ai eu perguntei se ele vendia gude na Imperial, ele disse que sim. Depois de algumas horas, ele chegou com um saco de gude para cada um. Eram umas gudes especiais, maiores e marron. . Foi neste momento que eu entendi o que era ser rico, “Então quem é rico pode ter um saco inteiro de gude!!!”.

A outra aventura era São Paulinho. Nos fomos algumas vezes la, passar São João e outras datas, na fazenda dos pais dele. Duas coisas me marcaram, primeiro era comida para Viana ver. A comida la em casa, família Martins, era contada. Os Vianas cozinhavam e serviam para o mundo. E os fogos que tinham de sobra.

A outra, eram os carros e como ele dirigia. Inocêncio aparecia com pick-up Ford que antes nos só víamos de longe, botava a gente em cima e levava para passear. Quando ele tinha que ir a algum bairro longe, ele unia o útil ao agradável, botava a meninada no carro e saia pelo mundo. Naquela época andar de carro era o maximo, a gente passava  1 ou 2 horas andando e adorava.

A outra boa era que Inocêncio dirigia correndo. Foi um dos inspiradores das besteiras que eu fiz depois, não estou botando culpa não, eu fiz porque queria. E interessante saber que depois de uma certa idade ele não dirigia, mas ele era “retado” quando era novo.

Descobri algo mais enquanto eu escrevi este texto. Eu nunca tratei um sobrinho como Inocêncio me tratou. Estou devendo esta a Inocêncio.

Saudades, Lula.

5 comentários:

Sergio disse...

Esse era meu pai.

Bel B disse...

As lembranças do passado trazem outras lembranças.E não é que antigamente Caatiba era São Paulinho?... Tinha me esquecido.

Fernando disse...

Estive com Nunça uma semana antes do seu falecimento e conversamos bastante. Apesar de ter dado uma bronca nele, também falei com ele que ele costumava se valorizar pelos seus bens, mas eu disse que ele não percebia seus melhores valores: como pai, tio, cunhado, amigo
e que estes eram muito mais importantes que os valores patrimoniais. O texto de Lula prova isto e vemos como um simples saco de gudes torna as pessoas ricas.

Anônimo disse...

Lulão, tenho de Inocêncio tão boas lembranças como as que tenho do seu pai. Com Dr. Arlindo passei maravlinhosos momentos pelo mato caçando tatu à noite e durante o dia pardiz e outros bichos. Lunique, medalha, etc, eram nomes dos cachorros que ele tinha e que junto com seus amigos (Pedrinho, Mateus, Pai Véio, Zé, Nego Zú) fazamos passeios e caçadas que guardo na ala boa das boas lembranças. Um abraço LERI

Anilza Cristina disse...

Era uma figuraça! Alegre e carinhoso com todos. Minha mãe perto de Inocêncio = muitas gargalhadas.

Casamento de Amelinha e Arlindo - 1947

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