terça-feira, março 31, 2015

Sobre a chegada dos carros e asfalto nas cidades


São detalhes que passam despercebidos e que após alguém citar algum evento vemos que realmente não pensávamos que já existiu esta possibilidade. Na época que começaram a surgir as rodovias, com carros que a velocidade máxima de 100 km (foto de velocímetro do FORD 1949), morriam muitas pessoas que atravessavam a BR sem nunca terem visto um carro e lógico, sem sentir nem a necessidade de olhar para os lados.


Quando minha mãe falou, vi o quanto isto é possível e que acontecia mesmo. Imagine, sem acesso a informação, sem televisão, no máximo tinham acesso a um rádio, a pessoa chegava na cidade e atravessava a BR116 sem olhar, mesmo a uma velocidade baixa, era impossível evitar o sinistro.

Isto ainda ocorre até hoje, pessoas que não prestam atenção e atravessam a rua sem olhar, inclusive crianças.

A evolução chega e fica, entra nas nossas entranhas e nos esquecemos o que passou para termos hoje esta malha rodoviária e carros cada vez mais sofisticados.



3 comentários:

Bel B disse...

Eu comecei trabalhar como programadora de computadores nos anos 70. Jamais naquela época, ou mesmo anos depois, poderíamos imaginar que todo mundo ia estar conectado como atualmente e de uma forma que parece natural.

CB disse...

A evolução e o Paradoxo de Abilene

Me veio à mente duas coisas, primeiro, a respeito da maravilha das estradas, as quais chamam de evolução que para mim não é, e a maravilha da ignorância daquele que é atropelado.

A evolução nos embriaga e pareceria uma religião se houvesse um discurso contrário, mas em se tratando de evolução não vejo melhor exemplo que a aplicação do Paradoxo de Abilene, onde todos concordam com as decisões para evitar ficar de fora do grupo. Vejo as estradas cortando as florestas como se fosse que é de estrada que precisamos mais do que florestas, isso só vem à tona do absurdo quando começa a parar de chover e param para reavaliar, mais aí chove e esquece-se. A sensação que me dá quando se fala de evolução é a mesma de observar algumas aves se alimentando, a qualquer barulho, param de comer e espera-se um pouco, se o barulho não voltar, volta-se a comer.
Admiramos tanto nossa evolução que caberia a qualquer atropelado à honra de sê-lo, mesmo em meio ao sangue jorrado por baixo dos pneus, sob a carne ralada contra o asfalto e enquanto o cheiro de osso queimado entra nas narinas, o olhar sem pálpebras viria no rastro de sangue deixado à força no asfalto, sua chancela da evolução. Não haveria melhor fim ao ignorante atropelado. Esse sim dá o sangue para evolução, um trabalhador voraz, apesar de involuntário, tal qual animal. A bem da evolução, se além de ignorante o coitado for pobre e o carro assassino for importado e caro, esse atropelo ganharia um ar circense, a evolução dos tempos modernos transforma o gesto criminoso em espetáculo da modernidade, que em meio a flashes e entrevistas desconcertantes fica cada vez mais difícil descobrir onde está o culpado, restará à vítima um ultimo gesto de sobrevivência moderna, a busca pela ultima e talvez a única redenção, a ostentação.

Viva a evolução! E salve-se quem puder.

Paradoxo de Abilene: http://www.ricardo-vargas.com/pt/podcasts/what-we-can-learn-with-the-abilene-paradox/

Fiz na pressa, mas creio que dê para entender.

Anete disse...

Ficou ótimo Cris

Casamento de Amelinha e Arlindo - 1947

Casamento de Amelinha e Arlindo 1 - Maria Rosa Andrade 2 - Nicácia Andrade 3 - Amelinha Barreto 4 - Arlindo Martins 5 - Cecília Martins 6 - ...