sábado, fevereiro 09, 2013

Bomba dentro da caixa


Já saí da Àfrica do Sul. A sensação foi muito estranha naquele lugar, que depois foi confirmada pelo fornecedor de rancho do navio. Pernambucano, vive aqui há 18 anos. São 22 etnias, 4 dominantes. Há alguns mulatos (colored), mas não são muitos. A bomba é formada pela pressão do Estado para que os brancos se retirem, o que faz as empresas terem um desenho estranho. Se a empresa é de logística por exemplo, e como eles têm o regime de cotas (!), são obrigados a terem negros em  seus quadros, mas como os mesmos não estão preparados, e a meu ver vai demorar tempo, bem mais do que no Brasil, a empresa fica estranha. Perguntei a um dos administradores quantos empregados ele tinha, ele me disse que não sabia, mas somente quatro trabalhavam (eram brancos), os demais eram negros !

Ontem entendi bem o que ele me dizia: cheguei às 4 da manhã do navio (desci de escada quebra peito fora de barra, mas isso é outra história), após a prova de mar. Nossa agência havia feito minha reserva mas eu não sabia por quanto tempo ficaria, pois eu tinha um vôo às 18:00 daquele dia para Cingapura, e tinha pendências ainda em Capetown. Pois bem, a recepcionista colocou minha estadia até dia 17 de fevereiro, e escreveu no cartão o número do quarto errado (ela me falou para ficar no 2023 e escreveu 2027 no cartão).

A sensação que tive, é que quando os brancos forem embora, as diversas tribos irão voltar ao ódio interracial do passado. Estão unidos contra um inimigo comum, os brancos. Quando os mesmos forem embora, irão voltar a tirar suas "diferenças".

Aliás, tem um filme sul africano, "District 9", que espelha bem isso. No flagrante Table Moutain com o vento perene de 70 a 100 km/h, e um navio francês de apoio às tropas daquele país em ação no Mali.  

5 comentários:

Pat disse...

Espero que aqui a história das cotas termine em pizza e não se estabeleça. Do contrário, estaremos condenados a destino semelhante ao de Cape Town.

art disse...

É muito triste mesmo, pois essa coisa de cotas parece o fim em si mesmo, como os caras não possuem preparo, nem vontade assim me parece, os que detém o conhecimento também nao se esforçam em passa-lo (por que o fariam?)

Fernando disse...

Eu assistir um filme MUNDO CÃO que retrata isso.
Será que nos humanos estamos preparado para viver em comunidade ou tribo...........................

Igor Matos disse...

Quando a gente pensa que já viu de tudo.

Bel B disse...

Distrito 9 é um filme muito bom, mas como se trata de extraterrestres que ficam segregados e confinados numa área separada, nunca tinha pensado sobre este ponto de vista. Aliás nem me lembrava que a história se passa em Johannesburgo.

Casamento de Amelinha e Arlindo - 1947

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