terça-feira, outubro 16, 2012

Trilogia Turquia - 3. Istambul

Parte III – Istambul: cores, aromas, sons e sabores.




As cores dos tapetes, dos lustres, das cerâmicas, das romãs. Os aromas maravilhosos do Bazar das Especiarias, dos chás e dos temperos, e o odor nada maravilhoso do chulé nas mesquitas. Os sons da metrópole, dos inúmeros turistas, das mesquitas chamando os fiéis para a oração. Os sabores dos iogurtes, dos frutos secos, dos azeites, das azeitonas, dos kebabs, do café turco, dos inúmeros doces coloridos... 
É Istambul. A-do-rei!...

Nosso guia (turco que falava português) por um único dia, nos deu várias orientações e dicas da cidade e nos acompanhou nas visitas ao Museu Santa Sofia, a Mesquita Azul e as Cisternas da Basílica, além de muita informação histórica e também sobre a religião mulçumana. Na rede há muitos sites e blogs com fotos e ótimos textos sobre Istambul, assim não vale a pena repetir aqui.
Santa Sofia

Mequita Azul

Cisterna

O guia também nos tranqüilizou quanto a segurança - a cidade não é perigosa, não tem roubos ou assaltos, ninguém vai tomar sua bolsa ou suas jóias e pode andar tranqüilo qualquer hora do dia ou da noite. Que coisa boa!...

Perguntaram-me se lá tem pobreza, sim, vi pobreza, não vi miséria. Não vi um único pedinte, vi muitos ambulantes. Andamos em lugares sofisticados e outros nem tanto, por exemplo, visitamos o Bazar das Especiarias que fica na zona do porto, no sábado. Estava lotado. Em volta do bazar há um comércio de nível mais baixo, tipo Av. Sete ou Baixa dos Sapateiros. Perambulamos por lá, sem nenhum problema.

Muralhas de Constantinopla - vista do passeio de barco pelo Bósforo

Palácio de Beylerbeye - Visto do passeio de barco
A Turquia tem maioria muçulmana e é uma democracia. Do ponto de vista religioso, achei parecido com o Brasil, que tem maioria católica, mas aceita todos os credos. Fatih, nosso guia, que morou no Brasil 4 meses para aprender português, comentou que nós vemos os muçulmanos como se todos fossem fundamentalistas. Há um pouco de verdade, por falta de informação ou pela propaganda midiática, temos tendência a ver o muçulmano como um potencial homem-bomba. Ele nos contou que muitos brasileiros chegam lá dizendo que nós acreditamos em Deus e eles em Alá... E os americanos em God? My God!...

Nesta mistura de religiões vi muitas mulheres de cabeça coberta, muitas delas,  elegantes e bonitas, com seus lenços coloridos. Na rua, não eram maioria. Vimos também algumas de burca. Uma especialmente me chamou atenção, numa visita ao palácio, no meio dos turistas. Era um casal jovem, ela era magra, elegante, bolsa chique. A burca também era chique, preta de um tecido fino que balançava ao vento. Só apareciam os olhos brilhantes com a maquiagem sofisticada. Parecia ser uma mulher muito bonita. O suposto marido, também jovem, estampava orgulho, como se todos os homens o invejassem. Entendi que uma mulher pode ser sensual mesmo toda coberta de preto... vale a imaginação.

Outras curiosidades da religião:
* O muçulmano paga o dízimo, não à mesquita. Ele escolhe a quem pagar. A obrigação é doar 10% de tudo que se recebe, em caridade. Muito mais sério!...

* Outra obrigação é ir a Meca uma vez na vida. Como tem muitos adeptos da religião em todo o mundo, Meca não comporta tantos de uma vez. Há uma cota para cada país anualmente. Na Turquia as pessoas se inscrevem e há um sorteio. É como ganhar na loteria.

*A lenda que só os homens podem entrar na mesquita para rezar tem uma razão de ser. As mulheres desviam a atenção dos homens que não conseguem se concentrar. Elas ficam no andar de cima, nas balaustradas e vêem os homens, “ajoelhados a seus pés”.

Doces vendidos nas ruas
Quando se fala em Istambul, o assunto mais comum é o Grand Bazaar e as pechinchas. É real. Parece a torre de Babel, falam-se todas as línguas. E os preços são malucos, uma mesma coisa, é 30 euros num lugar, e 30 liras turcas em outro. Em geral as mercadorias não tem preço e você tem que perguntar. Uns nem querem dizer o preço, querem que você diga e assim começa a briga. Eu e Bete, apesar de Martins, tínhamos dificuldade de pechinchar e falta de paciência. Acho que compramos mais fora do mercado.


Grand Bazaar

Bazar das Especiarias
Muita gente não gosta de viajar, inclusive em nossa família, o mais famoso era Nelson que sentia orgulho em nunca ter saído da Bahia. Entendo. É sério, entendo.

Eu, entretanto, volto renovada de uma viagem destas. Tem emoções que sentimos numa viagem que são indescritíveis. Diferente para cada pessoa, é claro, depende de suas paixões, seus valores, suas crenças. Uns se deslumbram diante de um santuário, ou diante da natureza, ou quando vêem uma obra de arte, ou ao testar os sabores desconhecidos. Em Istambul, confesso que Santa Sofia me arrebatou, fiquei embasbacada.

Agora estou esperando a novela Salve Jorge para rever todos os lugares em que estive.
Fim da trilogia - Turquia.

4 comentários:

art disse...

A turquia foi o primeiro país a ter reconhecido o direito feminino de votar.

Igor Matos disse...

Fantástico.

eleusa disse...

Quando e onde será a próxima?

Naninha disse...

bel....é de tirar o fôlego......

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