Registrando aqui o concerto da Orquestra de Violões da UFBA,
que tem coordenação do Professor Robson Barreto,
realizado no último domingo na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no
Pelourinho.
Não foi possível uma concentração na música, pois havia na platéia uma senhora com um menino, de no máximo dois anos, que perturbou o tempo todo, desviando a atenção do público.
Eu geralmente me irrito profundamente com este tipo de comportamento,
mas fiquei refletindo durante o evento.
O concerto
era aberto ao público, numa igreja em pleno Pelourinho. Havia
pessoas, é claro, que não tem a mínima ideia do que é um Concerto. Por que então esperar comportamento de japonês no público baiano?.
Para completar era domingo
e mais, Domingo de Ramos, data especial para os católicos. Quase ao final, alguém
veio falar com a mãe da criança e ela respondeu que estava lá para a Missa e
que o menino não estava chorando, ele simplesmente estava brincando.
Dei-lhe toda razão...
Além de que, mãe e filho eram negros, e estávamos
na Igreja Rosário dos Pretos.
(Um pouco de História: No Brasil Colônia os os negros, escravos e alforriados, eram devotos de Nossa
Senhora do Rosário e a veneravam num altar da Sé da Bahia, em Salvador. Como outros grupos da colônia, os negros também se organizavam em irmandades ou confrarias. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário
foi formalmente constituída em 1685 e em 1704 reuniu o dinheiro e conseguiu permissão do arcebispo, para a construção de uma igreja
própria nas portas do Carmo. A construção da Igreja do Rosário foi um processo lento, pois
a irmandade era relativamente pobre e os irmãos da confraria doavam seu
trabalho para a construção em suas horas livres.)
De qualquer modo o Concerto valeu e valeu muitíssimo
inclusive para o público despreparado, afinal,
uma caminhada começa com os primeiros passos ..
Que o Festival Artes do Sagrado seja o primeiro de muitos..
4 comentários:
Concordo Bel. Se voce quer Civilização, vá para um lugar civilizado... O Brasil nunca será top em civilidade!
Civilidade é conviver com as adversidades e no Brasil temos esta vantagem.
Infelizmente o nosso único defeito é ter a sindrome do cachorro vira lata.
Valeu Bel. Obrigado pela postagem. Pena que teve esse inconveniente, que nos atrapalhou inclusive. Uma apresentação desse tipo aberta ao público em Salvador é sempre complicado.
Belo relato Bel
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