Na minha infância e inicio da adolescência em
Conquista, eu frequentava a Igreja Batista, não por opção, mas por obrigação. A
condição, imposta por minha mãe, para frequentar o cinema era ir para igreja.
Não tinha internet, a televisão era precária, então o que tínhamos eram cinema, livros, revistas em quadrinhos, discos
e amigos.
Em termos de religião conhecíamos a Batista, a Católica, os Testemunhas de Jeová e o Espiritismo. Dos conhecidos como crentes ou
evangélicos, além da Igreja Batista, havia também a Igreja Adventista e a Presbiteriana.
Não havia esta horda de evangélicos que vemos hoje.
A Igreja Batista funcionava como um clube. As
pessoas que eram batizadas eram Membros de Igreja (uma espécie de sócio do
clube) e tinham a obrigação de pagar o dízimo. Na igreja havia um Gazofilácio
(nunca esqueci este nome pois estava escrito em letras grandes brancas), uma
caixa de madeira em formato de carteira de escritório com uma fenda aberta em
cima onde os fieis colocavam os envelopes com o dízimo ou ofertas. Havia um
envelope para cada tipo de depósito, onde o usuário colocava seu nome para
identificação do depositante. O precursor do caixa rápido.
Entendia que aquele dinheiro era para fazer a igreja
funcionar, óbvio. E em algumas épocas o pastor solicitava mais colaboração
(Ofertas) e dizia para que finalidade, por exemplo, reforma na Igreja ou
Campanhas de Natal para doação aos pobres.
Podia até não ser sério mas parecia ser...
Mais tarde com o surgimento de tantas religiões
evangélicas e a chegada destas religiões à televisão, me surpreendi com Toma Lá
– Dá Cá destas igrejas. Virou comércio com Deus. Já vi cenas da Igreja
Universal em que o Pastor orienta os fieis fazerem seus pedidos escritos e colocarem uma quantia em dinheiro para receber a bênção solicitada.
Neste ponto vejo a semelhança do Toma Lá – Dá Cá da
política. Sabemos que há e sempre houve negociações entre Partidos Políticos
para aprovação das medidas no Congresso e Senado. Mas agora nem há mais disfarce. Escancarou. É uma vergonha!....
3 comentários:
Gostei Bel. Será que existem em outros países, evangélicos como os daqui? Penso que não, nunca ouvi ou li, sobre relaçoes desse tipo.
Só mesmo aqui, nessa cultura tupiniquim! Espero que esteja mudando agora! Nem que tenhamos um "Dilúvio"
Mesmo não sendo praticante visito várias igrejas e santuários quando de férias pela Europa. Me divirto com as caixinhas de doação para reforma disso ou daquilo (vi igreja com 3 caixinhas para doações diferentes) e fico "encantada" com a praticidade das velas artificiais. Coloca-se uma moeda e tem sua vela acessa (ou ligada) por tantos minutos.
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