terça-feira, dezembro 29, 2015

Sabadim e Dominguim

E por falar em bolos, quando mudei para Salvador em 1968 e morava nos Barris, com Iris, Eleusa, Raminho e René, todo sábado tinha um bolo e domingo um pudim de leite condensado. Então René os nomeou de Sabadim e Dominguim. 
Não escondíamos bolo, mas René e Raminho que sempre iam ao futebol aos domingos, costumavam  “reservar” suas partes  extras do Dominguim para degustarem pós Fonte Nova, uma vez que esta sobremesa era servida no almoço que eles participavam e no lanche da tarde onde geralmente acabava.

Em tempos de infância em  Conquista , o bolo também era protegido, isto é, quando Noemi levantava da mesa  levava o bolo e guardava.   Zé ou tio Walter, que moravam conosco,  eventualmente chegavam atrasados, ela pegava o bolo novamente e colocava na mesa. Como eles raramente comiam, me chamavam  “ aproveita Bel!”.... É claro que eu aproveitava, antes que Noemi aparecesse...
Outro problema era raspar as vasilhas em que se fazia o bolo ou a cobertura. Tia Amelinha tinha um lambe-lambe americano, ofertado por D.Sara, que passava na tigela e lambia tudo. Noemi  e Carmélia  limpavam mesmo com os dedos. A desculpa era que o bolo cru dava dor de barriga.   Anos depois Eleusa quando fazia bolo deixava na vasilha uma enorme quantidade da massa do bolo para as crianças comerem. Deve estar fazendo a mesma coisa  para os netos. Em geral gostamos de fazer o oposto de nossas mães.  Nossos traumas!...

Com o passar dos anos nem me lembrava mais desta história de esconder bolo e um dia  chegando na casa de Noemi, em Salvador, Igor que era criança e estava lá de férias, falou para Fernando: “Tio, vamos roubar o bolo de minha vó?”....


Na minha casa raramente tem bolo, não curto um Sabadim. Já o Pudim de Leite Condensado passou muito tempo sendo chamado de Dominguim. Acho que só esqueci depois que Lene mudou a receita. 

4 comentários:

eleusa disse...

Bel, quantas lembranças! Realmente, fiquei traumatizada. Tia Noemi e Carmélia raspavam a vasilha com o dedo e depois me dava dizendo que era para lamber o resto. Que resto?
Realmente qdo as crianças eram pequenas eu fazia bolo, a metade ia pra forma e a outra metade eles comiam cru. Tb faço com os netos. Traumas são traumas.

eleusa disse...

Ah!! esqueci de dizer que René cuspia no pudim dele para que ninguém comesse. Oh pobreza!!!!

Fernando disse...

Nos Barris, a miséria era aplicada,quando chegava encomenda de Conquista, a mercadoria era rateada entre os moradores e cada qual escondia sua parte no guarda- roupa. Eu ficava assombrado com o absurdo dos Martins....

Eu ficava acanhado de comer o Dominguim. René cuspia mesmo ...

Na minha casa era uma diferença, não tinha dinheiro,mas não tinha casquinhagem. Depois do almoço o bolo recém saído do forno ainda quentinho ia para mesa e podíamos comer a vontade. Minha mãe nunca escondeu bolo e eu me arrependi de não ter roubado o bolo de Noemi.

Marcelo/Leri disse...

Lá em casa era o bolo Santista!. Quem se lembra? No início foi um sucesso, mais depois não tinha quem encarasse. Só as moscas.

Casamento de Amelinha e Arlindo - 1947

Casamento de Amelinha e Arlindo 1 - Maria Rosa Andrade 2 - Nicácia Andrade 3 - Amelinha Barreto 4 - Arlindo Martins 5 - Cecília Martins 6 - ...